segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Web 2.0




Comunidades falsificadas

Com a emergência de gigantescas redes sociais virtuais, como o Facebook, a internet configura a sua utopia máxima: todos somos iguais. E, se somos todos iguais, não precisamos mais de eleições, pois não precisamos ser representados. Todos nos representamos no espaço democrático da internet.
O raciocínio é tentador, mas, para o filósofo espanhol Jesús Martín-Barbero, é mentiroso -e temerário. “Nunca fomos nem seremos iguais”, ele diz, e na vida cotidiana continuaremos dependendo de mediações para dar conta da complexidade do mundo, seja a mediação de partidos políticos ou a de associações de cidadãos.
Martín-Barbero vê a internet como um dos fatores de desestabilização do mundo hoje, que não pode ser pensado por disciplinas estanques. Mundo, aliás, tomado pela incerteza e pelo medo, que nos faz sonhar com a relação não mediada das comunidades pré-modernas. O filósofo conversou com a Folha durante visita a São Paulo, na semana passada.

FOLHA – Desde 1987, quando o sr. lançou sua obra de maior repercussão ["Dos Meios às Mediações", ed. UFRJ], até hoje, o que mudou na comunicação e nas ciências sociais?

JESÚS MARTÍN-BARBERO – Estamos em um momento de pensar o conceito de conhecimento como certeza e incerteza. A incerteza intelectual dos modernos se vê hoje atravessada por outra sensação: o medo. A sociedade vive uma espécie de volta ao medo dos pré-modernos, que era o medo da natureza, da insegurança, de uma tormenta, um terremoto. Agora vivemos em uma espécie de mundo que nos atemoriza e desconcerta.O medo vem, por exemplo, da ecologia: o que vai acontecer com o planeta, o nível do mar vai subir? A natureza voltou a ser um problema hoje, como aos pré-modernos. Depois vem o tema da violência urbana, a insegurança urbana. Por toda cidade que passo, de 20 mil a 20 milhões de habitantes, há esse medo.Como terceira insegurança, que nos afeta cada vez mais, aparece a vida laboral. Do mundo do trabalho, que foi a grande instituição moderna que deu segurança às pessoas, vamos para um mundo em que o sistema necessita cada vez menos de mão de obra. O mundo do trabalho se desconfigurou como mundo de produção do sentido da vida.

FOLHA – Nesse mundo de incertezas, como se comporta a noção de comunidade? Como ela aparece em redes virtuais como o Facebook?

MARTÍN-BARBERO – Acho que ainda não temos palavras para nomear esse fenômeno. Falamos em rede social, mas o que significa social aí? Apenas uma rede de muita gente. Não necessariamente em sociedade. Há diferenças entre o que foi a comunidade pré-moderna e o que foi o conceito de sociedade moderna.A comunidade era orgânica, havia muitas ligações entre os seus membros, religiosas, laborais. Renato Ortiz [sociólogo e professor na Universidade Estadual de Campinas] faz uma crítica muito bem feita a um livro famoso de [Benedict] Anderson, que diz que a nação é como uma comunidade imaginada ["Comunidades Imaginadas", ed. Companhia das Letras], principalmente por jornais e a literatura nacional.É verdade, são fundamentais para a criação da ideia de nação. Mas Renato Ortiz diz que há muito de verdade e muito de mentira nisso. O que acontece é que, quando a sociedade moderna se viu realmente configurada pelo Estado, pela burocracia do Estado, começou a sonhar novamente com a comunidade. Era uma comunidade imaginada no sentido de querer ter algo de comunidade, e não só de sociedade anônima.Falar de comunidade para falar da nação moderna é complicado, porque se romperam todos os laços da comunidade pré-moderna. Eu diria que há aí um ponto importante, considerando que no conceito de comunidade há sempre a tentação de devolver-nos a uma certa relação não mediada, presencial. Essa é um pouco a utopia da internet.

FOLHA – Qual utopia?

MARTÍN-BARBERO – A utopia da internet é que já não necessitamos ser representados, a democracia é de todos, somos todos iguais. Mentira. Nunca fomos nem somos nem seremos iguais. E portanto a democracia de todos é mentira. Seguimos necessitando de mediações de representação das diferentes dimensões da vida. Precisamos de partidos políticos ou de uma associação de pais em um colégio, por exemplo.

FOLHA – As comunidades virtuais da atualidade têm pouco das comunidades originais, então?

MARTÍN-BARBERO – Quando começamos a falar de comunidades de leitores, de espectadores de novela, estamos falando de algo que é certo. Uma comunidade formada por gente que gosta do mesmo em um mesmo momento. Se a energia elétrica acaba, toda essa gente cai.É uma comunidade invisível, mas é real, tão real que é sondável, podemos pesquisá-la e ver como é heterogênea. Comunidade não é homogeneidade. Nesse sentido é muito difícil proibir o uso da expressão “comunidade” para o Facebook. Mas o que me ocorre ao usarmos o termo “comunidade” para esses sites é que nunca a sociedade moderna foi tão distinta da comunidade originária.O sentido do que entendemos por sociedade mudou. Veja os vizinhos, que eram uma forma de sobrevivência da velha comunidade na sociedade moderna. Hoje, nos apartamentos, ninguém sabe nada do outro. Outra chave: o parentesco. A família extensa sumiu. Hoje, uma família é um casal. O que temos chamado de sociedade está mudando. Estamos numa situação em que o velho morreu e o novo não tem figura ainda, que é a ideia de crise de [Antonio] Gramsci.

FOLHA – A proposta de sites como o Facebook não é exatamente de fazer essa reaproximação?

MARTÍN-BARBERO – Creio que há pessoas no Facebook que, pela primeira vez em suas vidas, se sentem em sociedade. É uma questão importante, mas não podemos esquecer da maneira como nos relacionamos com o Facebook.Um inglês que passa boa parte de sua vida só, em um pub, com sua grande cerveja, desfruta muito desse modo de vida. Nós, latinos, desfrutamos mais estando juntos.Evidentemente a relação com o Facebook é distinta. O site é real, mas a maneira como nos relacionamos, como o usamos, é muito distinta. O Facebook não nos iguala. Nos põe em contato, mas nada mais.

FOLHA – De que maneira essas questões devem transformar os meios de comunicação?

MARTÍN-BARBERO – Não sei para onde vamos, mas em muito poucos anos a televisão não terá nada a ver com o que temos hoje. A televisão por programação horária é herdeira do rádio, que foi o primeiro meio que começou a nos organizar a vida cotidiana. Na Idade Média, o campanário era que dizia qual era a hora de levantar, de comer, de trabalhar, de dormir. A rádio foi isso.A rádio nos foi pautando a vida cotidiana. O noticiário, a radionovela, os espaços de publicidade… Essa relação que os meios tiveram com a vida cotidiana, organizada em função do tempo, a manhã, a tarde, a noite, o fim de semana, as férias, isso vai acabar. Teremos uma oferta de conteúdos. A internet vai reconfigurar a TV imitadora da rádio, a rádio imitadora da imprensa escrita… Creio que vamos para uma mudança muito profunda, porque o que entra em crise é o papel de organização da temporalidade.

FOLHA – A ascensão da internet e da oferta de informação por conteúdos suscita outra questão, ligada à formação do cidadão. Não corremos o risco de que um fã de séries de TV, por exemplo, só busque notícias sobre o tema, alienando-se do que acontece em seu país?
MARTÍN-BARBERO – Antigamente, todos líamos, escutávamos e víamos o mesmo. Isso para mim era muito importante. De certa forma, obrigava que os ricos se informassem do que gostavam os pobres -sempre defendi isso como um aspecto de formação de nação.Quando lançaram os primeiros aparelhos de gravação de vídeo, disseram-me que isso era uma libertação: as pessoas poderiam selecionar conteúdos.Mas esse debate já não é possível hoje. Passamos para um entorno comunicativo, as mudanças não são pontuais como antes. A questão não é se eu abro ou não abro o correio. Não quero ser catastrofista, mas o tanto que a internet nos permite ver é proporcional ao tanto que sou visto. Em quanto mais páginas entro, mais gente me vê. É outra relação.Temos acesso a tantas coisas e tantas línguas que já não sabemos o que queremos. Hoje há tanta informação que é muito difícil saber o que é importante. Mas o problema para mim não é o que vão fazer os meios, mas o que fará o sistema educacional para formar pessoas com capacidade de serem interlocutoras desse entorno; não de um jornal, uma rádio, uma TV, mas desse entorno de informação em que tudo está mesclado. Há muitas coisas a repensar radicalmente.

Fonte: Folha de São Paulo (“MAIS”), em 23/08/2009

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

V c s a b i a ?

Social network popularity around the world 1

My Space - agosto de 08

Countries with highest interest in MySpace:
United States
Puerto Rico
Australia
United Kingdom
Malaysia Countries with highest interest in MySpace:



Facebook - agosto de 08


Countries with highest interest in Facebook:
Turkey
Canada
United Kingdom
South Africa
Colombia

Fonte: http://royal.pingdom.com

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Comunicação Comunitária a revolução digital


Leia abaixo a opinião de Carlos Romero, sócio da agência Take Five Propaganda.


As ferramentas da internet revolucionam a maneira como interagimos com o mundo. A cada nova invenção, o usuário ganha um novo recurso para acessar outros internautas e criam-se vínculos que antes eram praticamente impossíveis. Hoje, as distâncias não existem. Tudo o que você precisa é de um computador e uma conexão.


Nos últimos dias, o Brasil presenciou um fato até então inédito. Através do site de relacionamentos conhecido como Orkut, os participantes do JUCA (Jogos Universitários de Comunicação e Artes) conseguiram convencer o prefeito, a autorizar a realização dos jogos em Santa Rita do Sapucaí. Do dia para a noite, mais de mil mensagens foram enviadas para o perfil pessoal de Paulinho da Cirvale que não teve outra alternativa senão rever sua decisão. Como resultado, a notícia foi parar em diversos sites da rede mundial de computadores.


Em menos de 24 horas, o perfil de Paulo Cândido da Silva no Orkut recebeu centenas de mensagens com pedidos para que autorizasse a realização dos Jogos Universitários de Comunicação e Artes (Juca).


Conhecido como Paulinho, o prefeito é ligado ao Partido Verde e usa o Orkut tanto para promover sua imagem junto aos eleitores como para manter contato com amigos e familiares. Com fotos descontraídas, ele procura passar a imagem de um político jovem, dinâmico e aventureiro. Mas agora precisa lidar com uma avalanche de mensagens como "Libera o Juca!" e "Prefeito, Queremos o Juca".


Será que ele imaginou que pudesse ocorrer tamanha exposição quando criou o perfil na Internet?“Após descobrir que o prefeito estava no Orkut, seu perfil foi difundido rapidamente entre os estudantes. Em menos de 24 horas, quase mil mensagens foram enviadas.”


Em Santa Rita do Sapucaí, o Orkut é utilizado para promover debates e melhorias no município. Através de uma comunidade com mais de 7.500 participantes - esse número de eleitores elege um prefeito na cidade - os cidadãos podem discutir ações do poder público, solicitar providências e discutir sobre os mais variados temas relacionados ao ambiente em que vivem. Neste universo democrático, fazem parte todos os representantes da imprensa local, alguns vereadores, expoentes de todos os setores da vida pública municipal e até mesmo o prefeito.


Os benefícios do Orkut não param por aí. Alguns internautas utilizam a ferramenta para expor imagens históricas, apresentar notícias em primeira mão, publicar vídeos, conhecer pessoas e denunciar abusos.Outra ferramenta muito utilizada pelos internautas e que cresce a cada dia é o site conhecido como Twitter. O objetivo dessa nova febre é muito simples: trocar informações rápidas entre os participantes e bisbilhotar a vida alheia. Cada um utiliza o Twitter do jeito que quiser e muita gente apenas responde à pergunta sugerida pelo site: “O que você está fazendo?”.


Dessa brincadeira saem coisas esdrúxulas como “Fui comprar pão” ou “Estou no banheiro”. Mas há outras maneiras de tirar proveito do twitter, dentre elas a aplicação profissional. Nesse mundão velho sem porteira, existe uma porção de gente que utiliza o site para compartilhar conhecimentos, contratar pessoas, ficar mais sabido, atender clientes e vender produtos – de camisetas a apartamentos.


No último mês, o santa-ritense Carlos Herinque ilela ( http://www.chmkt.com.br/ )foi destaque na Revista Você S.A. pela maneira inteligente e profissional com que usa o Twitter. O profissional de comunicação, que possui um dos blogs mais acessados do Brasil, utiliza a ferramenta para divulgar as atualizações de sua página e debater os acontecimentos que publica. Atualmente, o publicitário possui mais de 15 mil seguidores e obteve uma vantagem estratégica em relação aos internautas que postam conteúdos semelhantes na WEB.


Por estar relativamente no início, a internet é uma mina de ouro para todos aqueles que têm uma grande idéia e que resolvem transformá-la em benefícios para a coletividade. Sempre que uma nova ferramenta é criada em algum quarto de adolescente, corre o sério risco de ser convertida em bilhões, alguns meses depois.


Com todas essas possibilidades que surgem a cada dia, os internautas começam a aprender a utilizar seus recursos com inteligência e revolucionar o mundo em que vivem. Isso mostra que seria pouco provável que uma ditadura ocorresse novamente no Brasil. Com a facilidade que o cidadão comum encontrou para divulgar suas idéias, o controle ao acesso à informação está cada vez mais restrito e ineficaz. Como toda ferramenta, a internet é neutra. Pode ser usada tanto para o bem, quanto para fazer besteira. Tudo dependerá da consciência do grande responsável por sua existência: o usuário.

Publicado originalmente no jornal Empório de Notícias.
Fonte: http://www.chmkt.com.br/

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Cultura e Transformação Social


O Concurso Nós na Tela do Ministério da Cultura está premiando curtas-metragens em vídeo digital voltados ao tema Cultura e Transformação Social.
Os filmes deverão ser produzidos por jovens entre 17 e 29 anos, das classes C, D ou E, integrantes ou egressos de projetos sociais, e que participem de cursos de formação para realizar produção audiovisual.
As inscrições podem ser realizadas até dia 09 de outubro.
Para obter mais informações, visite o site: http://www.cultura.gov.br/site/2009/08/20/nos-na-tela-2/

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Catadores de materiais recicláveis


Quinhentas cooperativas de catadores de materiais recicláveis já estão incluídas no Cadastro Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, que começou a funcionar na internet no mês passado.


O sistema online, inédito no país, foi desenvolvido em parceria pelo centro de informática da Usina Itaipu Binacional e o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).


A expectativa é que esse número vá se ampliando à medida em que o cadastro for sendo usado, disse à Agência Brasil o coordenador de Comunicação do MNCR, Davi Amorim.


O Brasil possui cerca de 600 cooperativas formais, que reuniriam cerca de 40 mil catadores. O número de profissionais, entretanto, pode ser bem maior, salientou Amorim. A gente estima que existam no Brasil cerca de 800 mil catadores em atividade. A gente ainda tem boa parte que não está organizada em grupos. Trabalha individualmente.


A expectativa, porém, é que o número de catadores filiados a cooperativas cresça, do mesmo modo que a formalização de novos postos de trabalho se amplie, principalmente a partir dos dados do cadastro e a efetivação de alguns programas de incentivo ao setor, destacou.


Além de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as cooperativas de catadores contam com incentivo para aquisição de infraestrutura de trabalho.


Um desses incentivos é dado pela Lei 11.445, que trata da Política Nacional de Saneamento, informou o coordenador do MNCR. Essa lei facilita que as prefeituras contratem organizações de catadores, tornando o seu trabalho mais regularizado.


A Caixa Econômica Federal também possui uma política de incentivo à atividade dos catadores por meio de programas de desenvolvimento regional. O MNCR negocia com o Ministério do Trabalho e Emprego recursos para investimentos em infraestrutura para as organizações.


O cadastro online reúne dados que vão subsidiar a formulação de políticas públicas de inclusão dos catadores em todo o país. Amorim afirmou que a partir do funcionamento integral do sistema informatizado, será possível saber o número exato de catadores e seus dependentes que sobrevivem da coleta de materiais, onde estão localizados e se são alfabetizados ou não, por exemplo.

O cadastro permitirá ainda acompanhar a movimentação da frota de carrinhos elétricos desenvolvidos pela Usina de Itaipu para os catadores da Bacia do Paraná. No ano passado, Itaipu entregou 80 carrinhos de coleta elétricos ao MNCR.


Amorim revelou que o maior contingente de catadores formais é encontrado na Região Sudeste. Por estados, São Paulo e Minas Gerais lideram o ranking nacional de cooperativas de catadores.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma rede de comunicação comunitária na Amazônia

Imagine que você está chegando em uma comunidade ribeirinha no coração da floresta amazônica, sem acesso a telefone, energia elétrica e onde o rio é quase a única estrada trafegável. Agora imagine jovens dessas comunidades produzindo jornais impressos, programas de rádio e vídeo e conteúdos para a internet. Pois é exatamente o que faz a Rede Mocoronga de Comunicação Popular.

A rua larga de terra, cercada pelos terreiros onde fazem sombra as seringueiras e as palmeiras de tucumã, não precisa ser tão longa para fazer caber as mais de 80 casas de Suruacá, comunidade ribeirinha às margens do rio Tapajós e a três horas de barco de Santarém (Pará). Embora as primeiras construções de alvenaria pontilhem a paisagem, sobrevivem ainda as casas de chão de terra batida, teto sem forro para entrar a “fresca”, paredes de taipa que não chegam ao teto para aliviar o calor úmido da floresta. As janelas também são de palha de babaçu, catadas nos quintais e nas trilhas mata adentro, como se fazia desde a fundação da comunidade no século XIX. Lá não há telefone nem rede de energia elétrica, mas quem chega logo encontra a sala com equipamentos básicos de som, editoração e vídeo, além de computadores movidos por energia solar com acesso via satélite à internet.

É de lá que os jovens de Suruacá, com cerca de 500 habitantes, se comunicam com o mundo e com colegas de outras 33 comunidades localizadas às margens dos rios Amazonas, Tapajós e Arapiuns - nos municípios de Santarém e Belterra (Pará).

Organizados a partir de sucursais, mais de 250 jovens repórteres destas comunidades são capacitados a cada ano em oficinas de educomunicação para produzir e veicular jornais impressos, programas de rádio e de vídeo e conteúdos para a internet.

Trata-se da Rede Mocoronga de Comunicação Popular, uma das mais abrangentes redes de comunicação comunitária da região amazônica.


A experiência é resultado do trabalho do Projeto Saúde & Alegria (PSA), uma organização não-governamental que atua desde 1987 na região com programas de desenvolvimento comunitário nas áreas de saúde, organização comunitária, educação, cultura e comunicação. “Muito se fala da biodiversidade e dos problemas da Amazônia, mas poucas iniciativas permitem que a Amazônia seja apresentada pelos próprios moradores da região”, explica Fábio Pena, coordenador de Eduçação, Cultura e Comunicação do PSA.As comunidades envolvidas no projeto, diz, são formadas majoritariamente por povos tradicionais, em sua maioria caboclos – descendentes de índios – que produzem para subsistência e praticam extrativismo ou agricultura itinerante.

Vivem ainda da pesca artesanal, da coleta de produtos da floresta e da caça. Nas comunidades que participam do programa, os jovens com até 15 anos representam nada menos que 47% dos habitantes. “Nosso objetivo não é formar repórteres. É uma experiência de educação para que eles possam ter acesso ao mundo reafirmando suas próprias culturas”, explica.

Na prática, a rede é estruturada por sucursais comunitárias formadas por grupos locais de jovens repórteres, que ganham nomes e formas de gestão próprios com o apoio pedagógico dos professores da região. Em cada comunidade, estes grupos animam uma rádio local (rádio-poste) com matérias ao vivo ou pré-gravadas, mantendo uma programação conforme as demandas de cada local.

A Central, situada na sede do PSA em Santarém, organiza o intercâmbio dos materiais e mantém um programa semanal na Rádio Rural de Santarém, difundindo campanhas educativas e as produções comunitárias para toda a região norte do país.

Já a TV Mocoronga produz regularmente o programa de variedades “Mexe com Tudo”, que é roteirizado, gravado, editado e exibido nas próprias comunidades. Nas seis comunidades que já dispõem de Telecentros – em 2009 serão 11 - estão sendo formados também núcleos de cineclube e produção de vídeos participativos.

Toda a produção é exibida por meio de telões em mostras e circuitos intercomunitários de exibição ou em TVs parceiras, que exibem também documentários e vídeo-temas educativos produzidos e editados pelos próprios jovens.Isso sem falar na produção impressa, já que cada sucursal produz um jornal comunitário para a distribuição local e os repórteres enviam regularmente uma cópia de cada edição para a central, que efetua reproduções e as distribui para as demais localidades da rede. “Nunca imaginava que eu aprenderia computação aqui no meio do coração da Amazônia, longe de tudo e todos. Às vezes estou exausto, mas quase nunca deixo de fazer os deveres. Tenho sempre uma força que me inspira e não me deixa parar no meio do caminho”, diz Jardson Melo, de 23 anos, membro do grupo que produz o Jornal Comunitário de Suruacá – o Japiim - e monitor do Telecentro Cultural da comunidade desde sua implantação, em 2003.

Como tantos outros jovens, Jardson também quer conhecer o mundo. Um primeiro passo foi a viagem que fez este ano até São Paulo para receber um prêmio da comunicação em nome da Rede Mocoronga. “Quando cheguei parei para pensar e falei para mim mesmo: ‘caracas, estou em São Paulo, na maior cidade do Brasil e um dos maiores pólos econômicos e industriais do mundo’”, conta. De lá ele lembra do tempo úmido e frio, das pessoas “sempre com roupas apropriadas” e da fumaça que tomava conta dos céus da cidade. Mais do que isso, garante, a viagem lhe fez lembrar também das próprias raízes. “Durante o percurso de ida observei o quanto o a Amazônia é desmatada. Da janela do avião, parecia que a maior mata tropical do mundo era feita de buracos e crateras”, critica.“Sempre é complicado deixar um lugar e ir para outro com climas, ambiente e culturas diferentes. Quando isso acontecer estarei sempre com a minha comunidade no lado esquerdo peito. Meus pensamentos sempre me erguem para o lado positivo de continuar, eu não quero parar depois de meio caminho andado”, diz. O difícil, explica, vai ser deixar a tranqüilidade de Suruacá. “Moramos na zona rural e não temos muita preocupação com violência, exploração sexual, drogas. Temos orientações sobre esses assuntos e ninguém procura abusar. Todo mundo se conhece, quase todos são parentes, nesse caso para que ignorar o respeito ao próximo se moramos em comunidade?”, pergunta.

Não é só de internet e comunicação popular que são feitas as inovações em Suruacá. Além de cada casa ter já instalada uma “pedra sanitária”, com piso de cimento para impermeabilizar corretamente as fossas, os baldes e as cabaças usados para buscar água às margens do rio já foram substituídos pela torneira, onde a água agora é potável e disponível em todas as residências.

O novo sistema de abastecimento de água, inaugurado no ano passado, faz de Suruacá exceção diante de um paradoxo do tamanho da Amazônia: apesar de dispor dos maiores mananciais de água doce do mundo, a região norte do país é de longe a que tem menos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, com condições de saneamento piores que as de países africanos como Somália, República Democrática do Congo, Burkina Faso e Libéria.

De acordo com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sintetizadas pelo IBGE, apenas 5% dos domicílios no Amapá e 5,1% em Rondônia, por exemplo, são adequados do ponto de vista do saneamento. Esses índices são inferiores aos de todas as nações pesquisadas em estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo cruzamento realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

No relatório, as piores condições foram encontradas na Etiópia (6%).No Brasil, 64,1% dos domicílios se enquadram no que o IBGE classifica de saneamento adequado - ou seja, com abastecimento de água com canalização interna proveniente de rede, esgoto por meio de rede coletora e/ou fossa séptica e lixo coletado.

Por trás dessa média, há uma desigualdade que inclui desde índices inferiores a 10%, em estados no Norte, até os 91,9% em São Paulo. O desempenho do Norte (11,5%), aliás, equivale ao de países como Burkina Faso (12%), Níger (12%) e Guiné (13%). A falta emite seus sinais na saúde das crianças. Segundo levantamento realizado pela ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA) em mais de 130 comunidades ribeirinhas em que atua na região do Médio Amazonas, 15,7% das mortes são de crianças com até um ano de idade, quase o dobro da média nacional. A maioria delas morre em função da diarréia.

Implementada em conjunto com a comunidade, com parceria do PSA e recursos da Agência de Cooperação Americana (Usaid) e do Comando Militar Sul dos Estados Unidos, a tecnologia de abastecimento de água de Suruacá é inovadora na Amazônia.

O mecanismo é movido à energia solar, com um dispositivo que aciona automaticamente a bomba d’água sobre um poço de 60 metros, dispensando o uso do óleo diesel que vem de longas e custosas viagens de barco. O sistema é complementar à primeira caixa-d’água da localidade, instalada há 13 anos com recursos da Fundação alemã Konrad Adenauer.

Pela água encanada, cada família pagava R$ 15 mensais, embutidos aí os custos do diesel usado no gerador antigo. Com a nova tecnologia, a conta ficou ainda mais barata.“Nossa preocupação é que as pessoas tenham acesso a uma água saudável, boa e pura, até porque a maioria dos casos de mortalidade infantil da região ainda é de doenças de veiculação hídrica como diarréia e verminose”, explica o diretor do PSA Paulo Roberto Sposito de Oliveira, conhecido na região pela alcunha de Magnólio.

A implantação do sistema, como lembra, não dispensa outros hábitos simples já incorporados pela comunidade, como o uso de filtros e de hipoclorito para tratar a água de beber, fabricado no local com ajuda de células solares.

Dona Martinha, batizada Marta Colares Bentes Faria, celebra a chegada do novo sistema. Dona de 73 anos vividos em Suruacá, ela perdeu três dos dez filhos que teve vítimas de diarréia. Os gêmeos Tiago e Marivaldo morreram, aos sete anos, numa mesma tarde de chuva. No raiar do dia seguinte, foi a vez da filha Maria, de três anos, não suportar a diarréia e morrer. “Foram três filhos no tempo de um dia. Não dá pra botar medida nessa dor”, lamenta a avó de 25 netos: “Tenho para mim a esperança de que essas crianças não vão ter nunca mais nada disso com essa água maravilhosa que tem aqui”, conta.

Dona Martinha lembra também as dificuldades do inverno amazônico, entre junho e setembro, quando desce o volume do rio e formam-se praias naturais com até um quilômetro de extensão. O cenário, que alegra os turistas, fazia o tempo despendido por dia para a coleta de água chegar a mais de duas horas. As crianças, diz, também iam ao rio tomar banho com cabaças em punho, levando à casa quase a mesma água que lhes servia para lavar o corpo. “Os homens e as mulheres têm que se esforçar bastante para levar esse trabalho em frente, não fracassar. É preciso trabalhar com vontade, com esforço de querer conseguir aquilo que não se tem”, exige.
Atualmente cerca de 31 comunidades estão envolvidas diretamente na Rede Mocoronga:Município de Belterra: Cidade de Belterra, São Domingos, Maguari, Jamaraquá, Acaratinga, Jaguarari, Pedreira, Piquiatuba, Marai, Nazaré, Tauari, Paraíso, Prainha I.Município de Santarém: Muratuba, Maripá, Solimões, Vila Franca, Capixauã, Vista Alegre do Capixauã, Suruacá, Surucuá, Vila de Boim, Samaúma, Pinhel, Urucureá, Aninduba, São Francisco, São Pedro, Cachoeira do Aruá, Mentai.

Outras Informações : http://www.redemocoronga.org.br

Comunidades...


Militantes e grupos de promoção do ódio usam cada vez mais sites de redes sociais, como o Facebook, MySpace e YouTube, como ferramentas de propaganda para recrutar novos membros. O Simon Wiesenthal Center notou um aumento de 25% no ano passado no número de grupos "problemáticos" nas redes sociais da WEB.
O estudo se baseia em mais de 10 mil sites, grupos de redes sociais, portais, blogs, salas de chat, vídeos e jogos na Internet que estimulam a violência racial, o antissemitismo, a homofobia, a música de ódio e o terrorismo.
Os grupos mais visados na Internet, segundo o relatório, incluem judeus, católicos, muçulmanos, hindus, gays, mulheres e imigrantes.
Em comunicado, a instituição explicou: "cada aspecto da Internet está sendo usado por extremistas de todos os matizes para reaproveitar velhos ódios, vilipendiar o 'inimigo', arrecadar fundos. Somente no Facebook foi observado um aumento de 30% em novos comentários extremistas, especialmente na Europa e no Oriente Médio.
A organização afirma que dirigentes do Facebook se reuniram com seus especialistas e prometeram remover da rede os sites que violem os termos de uso da organização, mas que "com mais de 200 milhões de usuários, os fanáticos online conseguem escapar mais rápido do que os esforços para removê-los são realizados", lamenta o documento. O Facebook se defende: "nos casos em que conteúdo que promove o ódio é exibido no site, o Facebook o remove e bloqueia as contas responsáveis", afirma o comunicado da empresa.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

É possível controlar a campanha política na Internet?


Na era da Web 2.0 o dinamismo não oferece limitação de espaço físico para a exposição de mensagens. A participação dos usurários na produção de mensagens resgata um conceito que a muito vem sendo reclamado. A comunicação pressupõe troca de opiniões e intercâmbio. A mídia gerada pelos cidadãos são manifestações criadas e compartilhadas por eles.


Este fenômeno acaba por gerar credibilidade, uma vez que foge à voz oficial das comunicações institucionais dos políticos e influencia grandes grupos de pessoas ligados pelas redes sociais. A Web não é um lugar de persuasão, mas de articulação. Certamente a Internet não faz ou derruba um candidato, mas suas vantagens são fundamentais.


Não há dúvida, sem mobilizar pessoas a Web não é eficaz para eleger um candidato. Os sites de relacionamento, criadores de mensagens de cidadãos, não são mais importantes nas estratégias de marketing político do que um site dinâmico e um poderoso mailing que contenha milhões de pessoa. Sem dúvida não se ganha uma eleição “twittando”. Mas nos tempos atuais o cidadão começa a ter poder de controle de qualidade.


A utilização da comunicação na Web pelas estratégias de marketing político deve definitivamente observar os blogs, fóruns e afins para interagir com o eleitorado e a imprensa. E que sejam permanentes para que se possa acompanhar todo o histórico de ações do candidato. No Brasil somos mais de 45 milhões de pessoas com acesso a Internet. Não é um número a desconsiderar mesmo no país que se caracteriza com a sua desigualdade social.


As mídias geradas pelos cidadãos e a influência que exercem não devem ser negligenciadas por candidatos que querem ocupar cargos públicos. São características da Web 2.0 a comunicação segmentada, a relevância para o usuário, a interatividade que permite a participação e a construção coletiva e rápida criando um debate em tempo real com os candidatos. Ocorre que nos dias atuais emissores e receptores trocam de papéis a todo momento em função dos princípios de colaboração coletiva estabelecidos pela Web 2.0.


Aqui está o maior controle: o controle de qualidade exigido pelo cidadão. Nenhum candidato terá condições de controlar o que os eleitores dizem. A comunicação de mão dupla gera comprometimento pois demanda um engajamento e uma ação das partes. A Internet como veículo expõe o candidato muito mais do que os veículos tradicionais.


A mídia gerada pelos cidadãos, conhecida como boca-a-boca online está relacionada aos milhões de comentários provenientes de cidadãos eleitores. Repito, este é o maior controle, o de qualidade. A bem da verdade estamos saindo da era da produção em massa para outra, de inovação em massa. A platéia está tomando o palco. A inovação liderada por usuários é parte desse cenário criativo e democrático da nova era. As pessoas querem ter voz.


Ricardo Néspoli é jornalista, publicitário, mestre em Educação e consultor de Comunicação.


Artigo publicada no jornal A gazeta na coluna ponto de vida no dia 09 de agosto de 2009 http://gazetaonline.globo.com/index.php?id=/local/a_gazeta/materia.php&cd_matia=524412

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

olho da rua + um

O vídeo-documentário “Mais um” dirigido por Thayane Guedes e Bruna Gati do Centro de Comunicação e Cultura Popular Olho da Rua foi premiado no Festival Visões Periféricas, ocorrido no Rio de Janeiro, entre os dias 21 e 26 de julho. O prêmio, de melhor documentário, foi entregue pela Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Rio de Janeiro – ABDeC/RJ.


O vídeo, que foi produzido a partir de uma parceria entre o Olho da Rua e o Fórum de Juventude Negra do ES – FEJUNES, faz parte da Campanha Estadual Contra o Extermínio da Juventude Negra que, desde maio do ano passado, vem denunciando o racismo e a violência sofridos por esses jovens. A Campanha é promovida pelo FEJUNES e conta com o apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos.


O documentário trás uma abordagem crítica sobre o extermínio enfrentado pela juventude negra. Ele reflete tanto aspectos do extermínio físico, evidenciado pelos altos índices de homicídios dos jovens negros; quanto aspectos do extermínio simbólico, abordando relatos de jovens vítimas do racismo institucional e da atuação violenta das polícias nas periferias urbanas. Além disso, o vídeo apresenta a precária situação das jovens negras.


Ao entregar o prêmio, a representante da ABDeC-RJ destacou que “discutir o viés racista dos diferentes tipos de extermínio da população pobre do país hoje ainda é uma atitude de coragem e resistência”. Ela ainda frisou ao comentar sobre o vídeo que “debruçados sobre a realidade do Espírito Santo, jovens abordam uma problemática que hoje é nacional e sem dúvida merece maior discussão na sociedade”.


O documentário foi lançado no dia 18 de novembro de 2008, durante programação da Semana da Consciência Negra da UFES, e de lá pra cá vem sendo utilizado como material didático nas oficinas, também promovidas pelo FEJUNES, em diversas escolas públicas, cujo objetivo é debater com a juventude os temas refletidos no vídeo.


Além de depoimentos de militantes do próprio Fórum, o vídeo conta com a participação de jovens de bairros estigmatizados da Grande Vitória como, por exemplo, São Pedro, Nova Rosa da Penha, Terra Vermelha e Feu Rosa.


Karina Moura, uma das integrantes do Olho da Rua, recebeu o prêmio emocionada, “Como não poderia deixar de ser, esse prêmio é dedicado aos jovens, negras e negros, que não se deixam calar e lutam cotidianamente por um mundo igualitário, sem opressão de raça/etnia, onde todas as diferenças sejam respeitadas”. E acrescentou, “Pra nós do Olho da Rua esse reconhecimento é muito importante, porque fazemos parte deste movimento, defendemos essa bandeira, por isso nossas produções são na perspectiva de dar voz a esses segmentos da sociedade excluídos da grande mídia. Aqui (no festival) tem pessoas do país inteiro, e conseguimos denunciar, a partir do vídeo, a violência nas periferias e essa tentativa de embranquecimento do Brasil”.


Publicado em 4 de Agosto de 2009 por http://olhodarua.wordpress.com/

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Eu já assinei, e você?



PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007

Projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicasUma ideia muito boa do Senador Cristovam Buarque. Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, Deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública. As consequências seriam as melhores possíveis.Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil.


SE VOCÊ CONCORDA COM A IDÉIA DO SENADOR, DIVULGUE ESSA MENSAGEM.Ela pode, realmente, mudar a realidade do nosso país. O projeto PASSARÁ, SEHOUVER A PRESSÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.http://www.peticaopublica.com/PeticaoAssinar.aspx?pi=P2009N5


PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seusfilhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.

Cultura Tech Criança e Internet


NOVA YORK (Reuters) - Crianças estão usando a Internet para ver vídeos no YouTube, se conectarem com amigos em redes sociais e fazer buscas com as palavras sexo e pornografia, afirmou uma pesquisa divulgada esta semana.

A companhia de segurança de computadores Symantec Corp identificou os 100 principais termos de buscas realizadas entre fevereiro e julho por meio do serviço de segurança familiar OnlineFamily.Norton, que monitora o uso da Internet por crianças e adolescentes.

A companhia descobriu que o termo mais popular de busca nessa faixa de público foi YouTube, site de vídeos do Google. A estrela da Internet Fred Figglehorn, personagem de ficção cujos vídeos no YouTube são populares entre crianças, aparece na nona posição entre as principais pesquisas online.

O Google é o segundo termo mais popular e o Yahoo aparece na sétima posição. Enquanto isso, o site de redes sociais Facebook ficou em terceiro e o MySpace em quinto.

Mas as palavras "sex" e "porn" também entraram na lista dos 10 termos mais pesquisados, aparecendo nas quarta e sexta posições, respectivamente.

Outros termos populares incluem Michael Jackson, eBay, Wikipedia, a atriz Miley Cyrus, que interpreta a personagem Hannah Montana em um seriado da Disney, Taylor Swift, Webkinz, Club Penguin, e a música "Boom Boom Pow", da banda Black Eyed Peas.

A representante da Symantec para segurança na Internet, Marian Merritt, afirmou que a lista mostra que os pais precisam ter consciência sobre o que seus filhos estão fazendo online.
"Também ajuda a identificar momentos em que os pais devem falar com seus filhos sobre comportamento apropriado na Internet e outras questões relacionadas à vida online de suas crianças", afirma ela em comunicado da empresa.

A lista foi produzida depois que a Symantec avaliou 3,5 milhões de pesquisas feitas pela ferramenta OnlineFamily.Norton, que permite que os pais vejam o que crianças estão pesquisando e com quem estão falando em mensagens instantâneas e que redes sociais estão usando.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Tá aí! Um bom teste.


Depois de seu lançamento, em 2006, o mundo digital ainda não sabia como o Twitter seria explorado como rede social, principalmente por ter o limite de 140 caracteres por mensagem. O tempo passou e a ferramenta se popularizou na web, sendo capaz de mobilizar o mundo inteiro em torno de uma boa causa. É o que ocorre com o Twestival, movimento digital filantrópico que chega à segunda edição com voluntários em diversos países. O objetivo é reunir doações pela internet para organizações não governamentais (ONGs) de cada cidade que se candidatou.

Mas a iniciativa não se resume apenas ao ambiente digital. De 10 a 13 de setembro, ocorrerão os eventos presenciais nas cidades, quando serão encerradas as doações, e os valores, definidos. Em janeiro deste ano, ocorreu a primeira edição da iniciativa, que foi chamada Twestival Global. Pouco mais de 200 cidades contribuíram com cerca de US$ 250 mil para a ONG charity: water, instituição que promove projetos de distribuição de água potável em países em desenvolvimento.
No entanto, após o sucesso no início do ano, o festival ganhou novas características e passou a ser chamado de Twestival Local em sua segunda versão. Cláudia Catherine, coordenadora regional do Twestival no Brasil, explica a mudança: “Desta vez, a organização de Londres, na Inglaterra, decidiu que cada cidade poderia escolher a instituição beneficiada. O foco será uma instituição local, podendo reunir ainda mais interessados em colaborar, pois se trata de uma caridade que traz benefícios para uma comunidade ao lado de casa”, conta.

Cláudia Catherine também é responsável pela organização do Twestival no Rio de Janeiro, que selecionou a Sociedade Viva Cazuza para ser beneficiada pelas doações. A ONG, que passa por uma séria crise financeira, desenvolve um trabalho de apoio para crianças e adolescentes que nasceram com o vírus HIV. Eles recebem moradia, estudo e cuidados médicos.

“A instituição a ser beneficiada deve passar por avaliação da comissão internacional, que verifica a existência e o trabalho dela. A base da organização é toda feita pela internet, exceto o que não é possível ou viável, como a reunião para negociar e reservar o local físico do evento ou pegar algum produto com um apoiador”, comenta a coordenadora.

O encontro presencial é considerado um sucesso pelos twitteiros, pois, acostumados a conversar apenas pela internet, eles ganham uma oportunidade de conhecer os amigos digitais pessoalmente, como conta Felipe Augusto, organizador do Twestival Local, Natal (RN). “É uma ótima maneira de ter um contato mais humano com as pessoas e ver as caras por trás dos avatares. A mobilização social que começa na web é uma supertendência que já está acontecendo pelo mundo”, assegura. A ONG que será ajudada em Natal é o Grupo de Apoio a Crianças com Câncer (Gaac), que desenvolve trabalhos na região.


Para entender o surgimento do conceito do Twestival é preciso voltar para setembro de 2008, quando um grupo de internautas de Londres organizou o Harvest Festival. A intenção era ajudar mendigos da capital inglesa por meio da ONG The Connection. A expectativa para o evento era de uma audiência de até 40 pessoas, mas a lista de presença chegou a 250, comprovando o potencial do movimento, que se estendeu para outros países do planeta.


“Esse encontro do mundo virtual no real é sensacional. As pessoas se falam como velhos conhecidos. A importância das redes sociais no sucesso do projeto é vital para nosso trabalho”, complementa Cláudia Catherine.


Além de Rio de Janeiro e Natal, o Twestival Local estará nas seguintes cidades brasileiras: Bauru (SP), Belém (PA), Campinas (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP).

Para fazer doações ou colher mais informações sobre o Twestival Local no Brasil, seguem os sityes:
Bauru, Campinas, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Belém e Florianópolis.