quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Com outros olhos


A mesma paixão e sonho. O mesmo entusiasmo e desejo. O mesmo impulso e vontade de transformar a realidade. Diferentes e ao mesmo tempo iguais. Juntos e ao mesmo tempo separados. Sensações estas, vividas e contadas através de uma história que mostra uma realidade totalmente diferente, mas no mesmo espaço e tempo.

Conhecimento que é passado, trocado por ambos, pelo dois lados. Informações de um, dados de outro. Assim, nesta emoção e troca de idéias, a transformação e mudança apontaram para a mesma direção, mudar a visão de uma sociedade.

No inicio parecia tudo fácil, maravilhoso, sem problemas, mas alguns imprevistos surgiram ao longo de uma cansativa caminhada. Uma jornada com passagem comprada para um único destino, sem possibilidade de chegada.

A vontade era mostrar ao mundo a verdadeira realidade, esta exibida pela mídia com outra visão. Momentos aqueles exibidos através da tela da TV, descritos nos parágrafos dos jornais, emitidos pelas ondas sonoras e contidos nos bytes da internet. Uma realidade totalmente fora dela, uma visão cega do ponto de vista de uma comunidade.

Chegando ao topo do contexto e das idéias apresentadas nestes curtos e breves parágrafos, subiremos um pouco mais, mais um pouco, até alcançar uma realidade fora da nossa, diferente da vivida por muitos, mas assistida por milhares.

Com essa força de vontade que a estudante, na época, hoje jornalista Taciana Grotti, atingiu o ápice dos encantos e desencantos. Subiu e correu atrás de conteúdo totalmente diferente apresentado por aquelas mídias.

Durante uma observação em campo e desenvolvimento de um trabalho social na comunidade de São Benedito, um ponto alto da Capital do Espírito Santo, Vitória, discriminada e afastada do outro lado da sociedade. Foi onde a aspirante a jornalista encontrou e descobriu vontades iguais e sonhos para muitos, inalcançáveis. Conheceu e trocou idéia com grupo de jovens, descobrindo assim, um sonho semelhante e gosto idêntico ao cinema.

A pequena e grande sonhadora, desenhou e descreveu sua idéia e correu atrás para transformar vontade em oportunidade. Fez seleção daqueles que durante a troca de informações, mostraram-se interessados em aprender e construir objetivos.

Selecionou alguns jovens com idade entre 20 e 25 anos, apenas uma moça. Uns do bairro São Benedito e outros do bairro inimigo, Jaburu. Inimigo no ponto de vista da mídia e do outro lado da sociedade.

Trabalharam e desenvolveram durante encontros, atividades relacionadas ao cinema, mais próximo ao vídeo-documentário. Aprenderam com professores e técnicos como elaborar roteiros, operar equipamentos, editar vídeos e mostrar ao mundo uma visão diferente.

Com as idéias, a vontade transformou-se em trabalho de conclusão de curso que seguiu no papel e nas reuniões. Traçaram metas e objetivos. No caminho revelaram qual seria o contexto daquele documento audiovisual.

Os aspirantes a diretores de cinema, queriam mostrar a realidade daquelas duas comunidades que para alguns são inimigas e para outros, amigas. Juntaram-se e na hora de gritar: Luz, câmera, ação, foram barrados pelo medo e desespero.

O que estava no papel, ficou. O que estava na cabeça, saiu. Mas a vontade ainda é grande de mostrar que a realidade vivida por eles é outra e não aquela exibida e transmitidas pelas antenas da TV.

No final, o gosto da tristeza e indignação ficou na boca, nas lágrimas, mas não na cabeça e mente. Por fim, tentativas sempre são válidas e a sensação de dever cumprido, também.

Werlen Carlvalho é estudante de jornalismo, autor deste blog e participa da disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

TCC: Instrumento de Transformação Social

Foto: Carlos Antolini
O trabalho de conclusão do curso superior (TCC), também denominado como monografia em alguns cursos, assusta muitos alunos e pode ser determinante para o futuro profissional. Apesar de provocar todo esse terror entre os acadêmicos, bons resultados podem ser notados com a produção de um trabalho como esse. Um bom exemplo é o projeto desenvolvido pela jornalista
Taciana Grotti , formada pela faculdade Estácio de Sá em Vitória – ES.

O TCC de Taciana abordou o tema Comunicação Comunitária, com foco na produção de trabalhos audiovisuais. Durante o processo de desenvolvimento do projeto, vários jovens residentes nos bairros São Benedito e Jaburu do município de Vitória, participaram de oficinas de fotografia, roteiro, câmera, edição, sonorização entre outros.

Em entrevista concedida a alunos do curso de jornalismo da faculdade onde se graduou, Taciana alegou ter enfrentado vários desafios durante o desenvolvimento do projeto, já que os bairros contemplados apresentam um alto índice de violência, mas afirma que os obstáculos contribuíram para o seu amadurecimento pessoal e profissional. “Foi importante estar do outro lado da violência mostrada pela grande mídia.

Penso que todos deveriam passar por essa experiência, para se livrar dos preconceitos que envolvem esse tema”, relata a jornalista. Naturalmente, o trabalho produziu vários resultados positivos. Taciana obteve a nota máxima, concluindo o curso com chave de ouro, mas lembra que nada disso seria válido se não beneficiasse os participantes do projeto. “Me sinto muito feliz com os resultados que alcançamos, pois alguns dos meninos se apaixonaram pelo audiovisual, estão se especializando e já iniciam uma carreira na área”.

A jornalista afirma que o TCC pode contemplar conquistas que vão além da conclusão do curso. “Aprendi que a profissão que escolhi pode ser um instrumento de transformação social”.

Os jovens que participaram do projeto já produziram outros trabalhos depois do término do curso e acabaram de vencer o vídeo "Maicou Diéquison o Troféu Caledoscópio como melhor vídeo ficção no 5° Festival de Jvens Realizadors de Audiovisual do MERCOSUL realizado em Vitória no último final de semana.

Patrícia Mara é estudante de jornalismo, autora deste blog e participa da disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória.

Fonte : http://sistemas6.vitoria.es.gov.br/diario/noticia.php?idNoticia=1091
Veja a Página do Projeto “Comunicação Comunitária” da Universidade de Brasília: http://www.unb.br/fac/comcom/

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Troféu Caleidoscópio vai para Máicou Diéquison


Após cinco dias de exibição gratuita de cinema e troca de experiências entre os projetos sociais, o Festival de Jovens Realizadores de Audiovisual do Mercosul encerrou a quinta edição com a divulgação dos quatro filmes vencedores do Troféu Caleidoscópio. A sessão de encerramento foi realizada no final da tarde de sábado, 26, no Cine Metrópolis, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).


O Troféu Caleidoscópio premiou o documentário “Olé Larinda, O Canto das Raspadeiras de Mandioca”, do Grupo de Informática, Comunicação e Ação Local (Giral), de Pernambuco; o documentário “Belas Favelas – Comunidade da Serrinha”, da Escola de Arte e Tecnologia (Spectaculu), do Rio de Janeiro e a ficção “Máicou Diéquison”, produzido pelo Cineclube Kbça e o Centro de Referência da Juventude de Vitória (CRJ), do Espírito Santo.


Com 63 votos, o vencedor do Júri Popular é a ficção “Oswaldo” produzida pelo Instituto Oficinas Querô Empreendedorismo e Cidadania através do Cinema, vindo de São Paulo. A obra paulista foi escolhida pelo público – composto principalmente por alunos de escolas públicas capixabas – que lotou as sessões gratuitas de cinema promovidas pelo evento.


O Júri do Festival selecionou os demais trabalhos com base nos seguintes critérios: ser produto de um coletivo que está se iniciando na produção audiovisual, com experimentações de linguagem e que aborde temáticas com relevância para a sociedade.


A decisão foi tomada em reunião, ocorrida no dia 25, no Hotel Ilha do Boi, por um júri formado pelos jovens realizadores: Ariane Piñeiro, Benício Ramos, Felipe Santos Neves, Guilherme Rebêlo, Marinéia Anatório e Raphael De Angeli.
De acordo com a justificativa dos jurados, o vídeo “Máicou Diéquison”, dirigido por Ramon Zagoto e Natanael de Souza, foi escolhido “por tratar de um assunto recorrente na sociedade de uma maneira atípica, além de se preocupar com uma edição bem acabada, uma sonoplastia eficiente e com uma trilha sonora coerente com a narrativa”.


Para Ramon Zagoto, um dos diretores da ficção capixaba “Máicou Diéquison”, a premiação foi uma surpresa. Inicialmente, o vídeo foi idealizado para ser apresentado na Conferência Nacional de Segurança Pública, no entanto, como a produção ultrapassou o tempo de três minutos exigido pelo evento público, os jovens capixabas não puderam apresentar o material.


“Ficamos empolgados demais com a produção que acabou tendo quase nove minutos. Não era nossa pretensão inscrever o vídeo em festivais até que surgiu a oportunidade de participar do Festival Jovem”, conta Ramon. “Máicou Diéquison” mostra o desafio na busca do primeiro emprego vivido por um jovem negro da periferia que sonha com a carreira musical.


O 5º Festival de Jovens Realizadores de Audiovisual do Mercosul é realizado pelo Instituto Galpão (Vitória/ES), em parceria com a Aldeia – Agência de Audiovisual (Fortaleza/CE) e o Instituto Marlin Azul (Vitória/ES), com patrocínio do Instituto Votorantim através da Lei Rouanet.


O festival também ofereceu gratuitamente aos realizadores e ao público em geral palestras sobre comunicação colaborativa na produção audiovisual; conteúdos televisivos infanto-juvenis de qualidade; estratégias em mídias sociais e a construção da imagem corporal na mídia.

domingo, 27 de setembro de 2009

Maicou Diéquison

Quando me deparei com a disciplina de Comunicação Comunitária ainda na academia, não tinha idéia dos caminhos sem volta, que eu começaria a percorrer. O desafio estava em elaborar um projeto de Comunicação Comunitária que solucionasse as deficiências de comunicação dentro de um ambiente comunitário, em busca de algo que viesse surpreender as expectativas neste processo.

Atender as necessidades e anseios dos indivíduos envolvidos – onde estes pudessem ter a oportunidade de serem produtores de informações e não só meros receptores, - faria valer o direito à livre expressão, garantidos pela Constituição. Considerei que ao proporcionar a viabilização deste processo permite-se que os jovens exerçam a cidadania conquistando visibilidade ao saírem da posição de receptores passivos para emissores ativos da comunicação. A base para esse entendimento encontrei em Peruzzo (1998).

Realizar este projeto, com a participação de jovens dos Morros São Benedito e Jaburu, foi um processo complexo, cheio de incertezas, indagações, porém repleto de descobertas. Comecei a repensar nas muitas formas de produção, difusão e recepção de conteúdo - mass media - do qual somos submetidos diariamente (poucos se rebelam) e percebi a falta de participação popular na protagonização do processo.

Essa percepção me levou a um local de desconforto e me fez voltar no ano de 2007 onde tive a oportunidade de conhecer dois jovens moradores do morro São Benedito localizado na cidade de Vitória – ES.

Na ocasião dois jovens chamaram minha atenção ao demonstrarem interesse pelo audiovisual. Recordando a vontade destes jovens, entrei novamente em contato e constatei que o sonho ainda era algo distante. A falta de oportunidade, o desconhecimento da área e das técnicas que envolvem o meio audiovisual, além do difícil acesso aos equipamentos eram os grandes obstáculos que os jovens encontravam para que produzissem seu próprio vídeo.

Foi quando decidi institucionalizar nos laboratórios da Faculdade Estácio de Sá oficinas de fotografia, roteiro, vídeo, e edição de imagens ministradas por mim e por profissionais voluntários. Para isso, eles tiveram acesso aos recursos técnicos de produção de conteúdo e puderam experimentar a mídia conhecendo a linguagem do meio. Assim foi o “pontapé” inicial no que futuramente se transformaria no meu TCC.

Participaram das oficinas cinco jovens do morro São Benedito e dois jovens do morro Jaburu, comunidades localizadas na chamada Poligonal 1. Durante 15 dias eles tiveram acesso aos conhecimentos de produção de conteúdo do audiovisual e dos equipamentos de vídeo.

O idéia deles era elaborar um vídeo documentário. Utilizar esta mídia para mostrar à sociedade civil a realidade em que vivem, segundo o olhar de cada um. Resgatando suas identidades sócio-históricas e cultural. Na visão deles os veículos de comunicação somente dão destaque ao tráfico de drogas, a violência, e neste caso peculiar, a rivalidade entre os morros vizinhos. Deixam de lado ou dão menos importância ao dia a dia das comunidades - o que os jovens chamam de “lado bom”.

Após o término das oficinas grande parte do roteiro de gravação já tinha sido elaborado pelos “novos” protagonistas da informação, o que daria início a última etapa – o processo de produção e gravação do vídeo proposto.

Foi quando mais uma vez a mídia divulgou que a “guerra” de tráfico pela disputa de bocas de fumo na região tinha se intensificado no mês de março deste ano.

http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/03/71925-adolescentes+de+quadrilha+de+traficantes+presos+em+vitoria.html

Fato este que inviabilizou temporariamente o início das gravações, pois não seria prudente e tão pouco seguro que os jovens circularem nos bairros tendo em mãos câmeras filmadoras neste período de conflito.

Este obstáculo foi o lamento da inconclusão do vídeo documentário até que a situação se amenizasse. No entanto todo o conhecimento adquirido pelos jovens após as oficinas resultou no vídeo de ficção chamado: “Maicou Diéquison”. Trata-se de um vídeo que traz uma analogia entre a morte do astro Michael Jackson e a morte prematura de muitos Maicons Diéquisons que se perdem por aí. E que hoje enquanto vivos estão à margem da sociedade.

O vídeo com 8 minutos de duração permitiu que minhas incertezas iniciais se transformassem em convicções. Entre elas é que vale a pena sim, dividir o conhecimento e permitir que este extrapole os muros acadêmicos. Minhas indagações foram preenchidas com o sentimento de ter contribuído com o aprendizado e crescimento desses jovens.

Este trabalho percorreu fundamentos teóricos e provocou experiências, mas não seria possível realizá-lo se enquanto jornalista não estivesse presente o sentimento de conscientização ao exercício da cidadania como dever social. As experiências desta prática, ao sair do papel mostram que a comunicação comunitária abre portas para uma nova vertente na área de atuação do jornalista - o agente social da comunicação.

O vídeo foi selecionado para a mostra oficial do 5° Festival de jovens realizadores de audiovisual do Mercosul que será realizado em no Cine metrópolis em Vitória entre os dias 22 e 26 de setembro.
Visite o site : http://imazul.org/festivaljovem5/

Taciana Grotti é jornalista.
http://tacianagrotti.multiply.com/

Veja o vídeo Maicou Diéquison (ES, 8’50”, ficção – Centro de Referência da Juventude)






sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Redes sociais e comunidadades online

Em um texto que está circulando na internet, a consultora de marketing B.L. Ochman dá seis razões que ajudam a entender muito bem o que ainda mantém a maioria das empresas longe das mídias sociais. Confira.

1 – Os empregados vão desperdiçar seu tempo nas redes sociais.
Muitas grandes empresas bloqueiam o acesso dos seus empregados à internet como um todo. Outros tentam bloquear o uso do e-mail pessoal e de redes como Facebook durante as horas de trabalho.Em maio de 2009, de acordo com o eMarketer, havia 29 milhões de smartphones nos EUA. É muito acesso à internet disponível para os trabalhadores de todo o país. Os empregadores não conseguirão manter as pessoas longe da internet nos intervalos, almoço, no banheiro e em outras situações como essas.O valor do acesso à internet para os trabalhadores – em termos de pesquisa, comunicação e velocidade – é muito maior do que a perda de produtividade. As empresas tem o direito de criar regras sobre o uso pessoal da internet, mas bloqueá-la durante as horas de trabalho é ridículo.


2 – Aqueles que odeiam a marca vão fazer mal a ela.
“E aqueles que odeiam a marca?” é a primeira pergunta que aparece nas minhas conferências sobre mídias sociais nas empresas. “E se as pessoas falarem coisas ruins sobre nossa marca?”Bem, pode haver coisas que você deve melhorar na sua empresa, e, neste caso, você deveria agradecer a eles por te contarem quais são. Depois, você deve realmente melhorá-las. Se sua comunidade online tem pessoas que gostam da sua marca, elas se levantarão para resolver o problema para você. Elas é que te defenderão.


3 – Perderemos o controle da marca.
Ouça. Todo mundo tem um computador e mesmo alguém sem muita habilidade tem ferramentas para expressar uma opinião sobre a sua marca. Eles já estão falando sobre você.O controle da mensagem é uma ilusão. Desista.Seus funcionários estão falando sobre você em grupos fechados no Facebook, feitos para você ficar de fora para que eles possam conversar sobre a empresa. Seus clientes estão mandando e-mails, usando o Twitter e Facebook para contar aos amigos sobre as experiências que tiveram com a sua marca. Você já não tem controle. Portanto, é melhor que junte-se à conversa logo. Pelo menos você conseguirá exercer alguma influência sobre o que está sendo dito.


4 - Mídia social exige uma verba real. Não é algo tão barato ou grátis.
Enquanto algumas ferramentas de mídias sociais são gratuitas, saber usá-las requer experiência e perspectiva.O filho do vizinho que domina o Twitter ou aquele estudante universitário não são capazes de integrar as mídias sociais à estratégia de marketing da empresa. Isso exige experiência e perspectiva. Ter uma grande rede de relacionamento social e uma enorme reputação online também ajudam.Assim como existem carpinteiros que conseguem montar uma estante de livros e outros carpinteiros brilhantes que conseguem criar objetos de beleza genuína e duradoura, há milhares de gurus de mídia social (de todas as idades) que nunca trabalharam para um cliente real. Há pessoas de todos os preços. Contrate-os sob seu próprio risco.


5 - Temos medo de ser processados.
Essa é ridícula. Vamos para a próxima!


6 - Estamos com medo de entregar segredos da empresa ou informações que podem afetar o valor das nossas ações.
Se você não tem regras para o uso de mídias sociais, é hora de criar.Se você não confia nos seus empregados para conversar com consumidores ou representar sua marca, você precisa olhar para as suas práticas de contratação ou para suas práticas de treinamento. Tem algo errado por lá.


Fonte: http://www.blogger.com/www.chmkt.com.br

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O que é uma rádio comunitária para Assembleia Mundial de Rádios Comunitárias?

Rádios comunitárias, cidadãs, populares, educativas, livres, participativas, rurais, associativas, alternativas... Distintos nomes e um mesmo desafio: democratizar a palavra para democratizar a sociedade.

Grandes ou pequenas, com muita ou pouca potência, as rádios comunitárias não fazem referência a um "lugarejo", mas sim a um espaço de interesses compartilhados. Nestas emissoras pode-se trabalhar com voluntários(as) ou pessoal contratado, com equipamentos caseiros ou com o que há de mais desenvolvido tecnologicamente. Ser comunitário não se contrapõe à produção de qualidade nem à solidez econômica do projeto.

Comunitárias podem ser as emissoras de propriedade cooperativa, ou as que pertencem a uma organização civil sem fins-lucrativos, ou as que funcionam com outro regime de propriedade, sempre que esteja garantida sua finalidade sociocultural.

Veja um vídeo manifesto

Fonte: http://www.amarc.org
Acesse a Cartilha do Ministério das Comunicações :
http://www.mc.gov.br/radio-comunitaria/cartilha/cartilha-em-pdf.pdf

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Índios on line

Um portal de diálogo intercultural, que valoriza a diversidade, facilita a informação e a comunicação para sete nações indígenas. Os Kiriri, Tupinambá, Pataxó-Hãhãhãe, Tumbalalá na Bahia, Xucuru-Kariri, Kariri-Xocó em Alagoas e os Pankararu em Pernambuco.

ÍNDIOS ON-LINE é composto por índios voluntários que buscam o desenvolvimento humano, cultural, social e econômico de suas nações assim como para todos os seres vivos sem distinção de nacionalidade, etnia, cor, crenças…

Trabalham para se qualificarerem e terem mais autonomia. A Aliança dos indios conta com a coordenação da THYDÊWÁ e com o apoio do Ministério da Cultura através de seu programa Pontos de Cultura Viva e da ANAI (Associação Nacional de Apoio ao Índio).

Eles querem:

Facilitar o acesso à informação e comunicação para diferentes nações indígenas e estimular o dialogo intercultural.

Resgatar, preservar, atualizar, valorizar e projetar as culturas indígenas.

Promover o respeito pelas diferenças.

Salvaguardar os bens imateriais mais antigos desta terra Brasil.

Disponibilizar na internet arquivos (textos, fotos, vídeos) sobre os índios nordestinos para Brasil e o Mundo.

Complementar e enriquecer os processos de educação escolar diferenciada multicultural indígena.

Qualificar índios de diferentes etnias para garantir melhor seus direitos.

O vídeo abaixo foi realizado por estudantes de jornalismo que participaram do Concurso Universitário de Jornalismo CNN, Edição 2009 .



Fontes: http://www.indiosonline.org.br/novo/
http://www.concursocnn.com.br

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O cibercidadão e a produção colaborativa

Produção colaborativa pode ser definida como um processo criativo coletivo no qual a informação não possui caráter único, podendo ser alterada por todos que tenham contato com ela.


A Internet, rede mundial de computadores, revolucionou várias formas de relacionamento. A mais notável delas foi a verticalização do convívio homem/máquina. Passar horas na frente do computador tornou-se uma cena comum em escritórios, casas e até nas ruas.Tanto tempo usando o micro fez com que as pessoas repensassem a condição de serem destinatários passivos das informações e até mesmo das tecnologias, reivindicando um espaço na construção das novas formas de expressão.Com isso, surgiu a figura do usuário ultra ativo que cria páginas, produz material diverso, como fotos e vídeos, e ainda altera códigos de programação: o cibercidadão.



“Alimentado pelas inúmeras possibilidades de uma rede infinita, as pessoas apropriaram-se da Internet como um espaço público no qual exploram seus benefícios utilizando os serviços disponíveis, mas também gerando inovações”, afirma o sociólogo e professor Sérgio Amadeu. "E por estar em rede, o cibercidadão troca informações, experiências e institui um processo de produção colaborativa”, conclui Amadeu.



Numa sociedade cada vez mais tomada por blogs, flogs, redes de relacionamento e Software Livre, esta forma de produção é o modelo escolhido pelos usuários das novas tecnologias para promover um acesso universal ao mundo digital. “A atual cidadania está construindo um caminho no qual é sujeita da própria história”, afirma o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni. “Políticas públicas como os telecentros e a adoção de SL são formas importantes de inclusão, pois ampliam o acesso e possibilitam uma contribuição maior e mais plural”, explica.



Um exemplo bem legal aconteceu no ano passado com a animação "Big Buck Bunny". O filme foi produzido pela organização sem fins lucrativos Blender Foundation (www.blender.org) e financiado por parceiros interessados no desenvolvimento do software livre de animação Blender, além de doações pela internet.



A idéia era fazer um "filme aberto", que teria todas as etapas de produção (storyboards, trilha sonora, texturas e técnicas de renderização) disponíveis para download, assim como distribuição gratuita do produto final. Foi assim que aconteceu.



Fonte: http://www.inclusaodigital.gov.br/

http://escoladeredes.ning.com/

http://www.bigbuckbunny.org/



Veja o filme:

domingo, 20 de setembro de 2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Eletrocooperativa


A Banda Chaqualho da Vila Amazonas foi uma das selecionadas da chamada “O quê é a música?”, convocada pela Eletrocooperativa.
Foram enviadas 450 criações entre videos, músicas, imagens e podcasts; a Banda Chaqualho foi um dos cinco vencedores na categoria “música”.


A Banda chaqualho é formada por 8 jovens da comunidade de Vila Amazonas na margem do Rio Amazonas, em plena Floresta Amazônica. Todos os intrumentos da banda foram feitos artesanalmente pela turma, e com muita criatividade eles fazem a festa. Com apoio do Pontão de Cultura Digital do Tapajós e do Saúde e Alegria os jovens da Banda Chaqualho gravaram músicas para participar do concurso.


A Eletrocooperativa é um coletivo de cultura livre, baseado em Salvador da Bahia. Para mais informações, acesse o site.


Veja a Banda Chaqualho aqui, ou assista o vídeo no Youtube.


Parabéns aos jovens de Vila Amazonas!!



quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Protesto na rede leva a mudanças reais


“Internet é melhor que a televisão. Enquanto uma dá autonomia e liberdade, a outra impõe, aliena”. É assim que Yakuy Tupinambá define a tecnologia, responsável por uma série de melhorias nas aldeias a que chegou.

É o caso de um posto de saúde na aldeia Brejo dos Padres, dos índios pankararu, em Pernambuco. Há tempos o lugar encontrava-se sem atendimento por falta de profissionais e infraestrutura. “Medicamentos eram estocados em área imprópria, médicos quando apareciam não podiam atender por causa da falta de condições do prédio, acabou ficando abandonado”, conta Alex Pankararu.

Foi por meio da internet que a comunidade conseguiu mudar a situação. “Colocamos várias matérias no site”, lembra Pankararu. “Já havíamos reclamado diversas vezes à Funasa (Fundação Nacional de Saúde), mas não recebíamos resposta”. Depois que foram parar na internet texto e imagens denunciando a infraestrutura decadente do lugar, a solução veio.

Na aldeia tupinambá, o uso da internet tem o respaldo de uma importante entusiasta, a cacique Maria Valdelici de Amaral, ou Jamopoty -seu nome indígena-, que representa 5.000 índios tupinambás de três aldeias em Ilhéus. Ela diz que nem se aproxima muito do computador, mas que está de olho no que circula na rede. “Fico atenta a tudo que interesse à comunidade”.

Yakuy Tupinambá conta que teve seu primeiro contato com a internet há apenas quatro anos, com a rede Índios Online. Ela participou das primeiras oficinas do projeto e, desde então, não largou mais o computador e abraçou o ativismo na rede. Ela se define hoje uma “ciberativista”. “Por meio da rede colaboro para que meu povo tenha uma vida digna, que seja respeitado”. Com a internet, a rede está avançando. “Falamos com aldeias de todas as regiões do Brasil e com indígenas da América da Sul, da Europa, dos EUA e da Nova Zelândia.”

A rede Índios Online participou em agosto deste ano do evento Ciclo Era Digital, promovido pela USP, sobre tecnologia e inclusão social. Ao lado de nomes como Pierre Lévy, Yakuy falou sobre as experiências com o mundo digital.

O otimismo de Yakuy é oportuno, afinal, problemas para resolver não faltam. Na aldeia de Ilhéus, a construção de um núcleo educacional com duas salas de aula só saiu depois de muita reclamação na internet. De acordo com Yakuy, tudo esbarra na questão fundiária. A área em que a aldeia está localizada ainda não é considerada território indígena. O longo processo de demarcação de terras ainda está no início e a previsão é de turbulências.“Fazendeiros e o setor de hotéis são contrários, e o clima está cada vez mais tenso”, conta Yakuy. Há quem acredite que o novo imbróglio fundiário ganhe proporção semelhante ao caso da área Raposa/ Serra do Sol, em Roraima, em que uma decisão favorável à demarcação deu início a uma tensa disputa entre grupos indígenas e agricultores que ocupavam a região.


Fonte: Folha de São Paulo, quarta-feira, 16 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Não confie no Twitter




"Eu não acho que as pessoas deveriam usar o Twitter como fonte de notícias. Recentemente eu escrevi de brincadeira no Twitter que a Microsoft havia comprado o Twitter, e de repente todo mundo estava falando da suposta venda”.



Grande usuário do serviço de microblogging, o jornalista e escritor inglês Andrew Keen não poupa nem a febre mais recente do mundo on-line de suas críticas. Autor do livro “O culto ao amador”, Keen é um dos críticos mais ferozes da chamada web 2.0 – ou seja, dos sites que se baseiam em conteúdos gerados pelos usuários. Sua tese principal é de que a “democratização” da internet estaria minando a qualidade da informação disponível na rede, substituindo produtos culturais (notícias, filmes, músicas) de alta qualidade por conteúdo “pobre” criado pelos usuários comuns. “Nunca disse que não deveríamos usar a internet – eu a uso como qualquer um. O Twitter é uma forma pública do e-mail, é uma boa maneira de ‘pensar em voz alta’, mas não publicaria nada com alguma seriedade ali”, explica o escritor em entrevista por telefone ao G1 http://g1.globo.com/ .

“Isso (a brincadeira que virou ‘notícia’) reflete o fato de o Twitter não ser ‘mediado’, e é por isso que não se deve acreditar no que se lê ali. Quando acontece algo no mundo, as pessoas procuram fontes confiáveis de notícias, pode ser a CNN, a BBC ou o 'New York Times', ou talvez algum blog. As pessoas sempre pensam em substitutos, o que vai substituir o quê. O Twitter não vai substituir nada. É um site diferente, é bom, é divertido, provavelmente tem um futuro, mas certamente não é o futuro da imprensa”, explica.

O próprio conceito de web 2.0 está caindo em desuso, e muitos especialistas em internet têm deixado de usar a expressão – Keen é um deles. “Existia a ilusão de que sites com conteúdo gerado pelos usuários conseguiriam criar um substituto econômico viável através de anúncios, mas isso não aconteceu.
O YouTube agora tenta exibir filmes tradicionais, como o site NetFlix, ao invés de vídeos gerados pelos usuários. A Wikipédia recentemente decidiu usar mais fontes editoriais. A ‘revolução radical’ do conceito de conteúdo gerado pelos usuários acabou, não deu certo”.

Ele diz que o modelo “mais atraente” para a internet nos últimos tempos é o de “web em tempo real” – conteúdo gerado e transmitido ao vivo, como é o caso do Twitter. “É sobre isso que todo mundo está falando, investidores, especialistas. Se você for a um encontro de investidores e falar sobre web 2.0 provavelmente vão te expulsar da sala”.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Flash Mob ou Multidão Instantânea



A tradução LIVRE para o termo seria algo como “MULTIDÃO À JATO” ou “MULTIDÃO INSTANTÂNEA”. Mas, o que é? Bom, um monte de gente combina se encontrar em um lugar público e fazer uma coisa, normalmente bizarra, engraçada e sem sentido aparente.

O primeiro Flash Mob que se tem notícia aconteceu em 2003, cerca de 100 pessoas entraram repentinamente em uma loja em Manhattan e ficaram em volta de um tapete específico. Outra manifestação dessas aconteceu na Central Station, importante estação ferroviária de NY. Uma multidão se aglomerou, aplaudiram por 15 segundos e repentinamente sumiram tão rapidamente quanto entraram.

Loucura social? Insanidade coletiva? Certamente deve ter pisicólogo, antropólogos, ufólogo ou qualquér “ólogo” estudando o fenômeno.

Flash Mob não é uma manifestação comum, como uma passeata, piquete, etc. Em geral são organizados pela internet, com pessoas que nunca se viram pessoalmente ou mesmo que tenham se falado online, com a intenção de fazer uma coisa surreal, insólita e divertida. Esse tipo de manifestação já foi usada como forma de protesto, mas é raro. O que leva uma pessoa a participar de um movimento desses? Talvez a vontade de “fazer parte de algo”, uma espécie de instinto de manada.

Veja o que aconteceu em Chicago na semana passada?


Fonte: http://imho.com.br/2008/02/24/voce-sabe-o-que-e-um-flash-mob/

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

black is beautiful


Em decisão histórica, e por unanimidade, a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios condenou nesta quinta-feira (03/09) o estudante Marcelo Valle Silveira Mello, 24 anos, a pena de 1 ano e dois meses de reclusão e mais 7 dias-multa pela prática de crime de racismo contra negros na Internet.

Os Desembargadores decidiram substituir a pena privatiza de liberdade por penas restritivas de direito. A sentença é a primeira desse tipo no país.

A decisão foi saudada como uma vitória pelo advogado Renato Borges Rezende que acompanhou voluntariamente o caso por delegação da ONG ABC sem Racismo. “Trata-se de uma decisão histórica”, afirmou. A ONG foi admitida no início do processo como assistente de acusação, porque Silveira Mello – à época dos crimes, estudante da Universidade de Brasília – foi responsável confesso por ataques a Afropress e aos jornalistas responsáveis pela Agência Afroétnica de Notícias.

Pouco antes, a ONG ABC sem Racismo, havia lançado campanha de alerta a proliferação de páginas e mensagens no Orkut de conteúdo racista. Silveira Melo mantinha comunidades no Orkut ofendendo os negros e também é um dos responsáveis pelos primeiros ataques a Afropress em julho e agosto de 2005.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

KuiKuro, movimento por necessidade

O DVD Kuikuro é o primeiro da série "Cineastas Indígenas", que traz para o grande público a recente produção de documentários, fruto das oficinas do Vídeo nas Aldeias.

Sob o prisma do olhar indígena, estes filmes revelam sua realidade com uma intimidade jamais vista. As oficinas de formação se propõem a dar as condições necessárias para que as populações indígenas se apropriem da linguagem audiovisual e relatem suas próprias histórias e dirijam seu olhar sobre a realidade e experiência que vivenciam.

Essa iniciativa, que completa 20 anos em 2007, dá suporte técnico e financeiro para a produção e difusão dos vídeos entre os povos indígenas e no circuito nacional e internacional. Este DVD é fruto de uma parceria do Vídeo nas Aldeias com a AIKAX - Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu - sob a liderança do cacique Afukaká, e do Documenta Kuikuro, coordenado por Carlos Fausto e Bruna Franchetto, antropólogos do Museu Nacional.

Assista o vídeo de apresentação da produção para a imprensa.

http://www.videonasaldeias.org.br/2009/

Qual a sua experiência?


Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar;
Já me queimei brincando com uma vela;
Já fiz um balão com o chiclete que se me colou na cara;
Já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e trapezista;
Já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora.
Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme;
Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.
Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas;
Já subi a uma árvore para roubar fruta;
Já caí por uma escada.
Já fugi de minha casa para sempre e voltei no instante seguinte.
Já corri para não deixar alguém a chorar;
Já fiquei só no meio de mil pessoas, sentindo a falta de uma única.
Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado;
Já mergulhei na piscina e não quis sair mais;
Já tomei whisky até sentir os lábios dormentes;
Já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.
Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos;
Já quase morri de amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e senti medo de me levantar.
Já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um 'para sempre' pela metade. Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua;
Foram tantas as coisas que fiz.
Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel:
- Qual é a sua experiência?

Essa pergunta fez eco no meu cérebro. Experiência....
Experiência... Será que cultivar sorrisos é experiência?
Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:
- Experiência?! Quem a tem, se a cada momento tudo se renova ???

*A redação acima foi escrita por um candidato numa seleção de pessoal na Volkswagen. A pessoa foi aceita e o seu texto está a fazer furor na Internet, pela sua criatividade e sensibilidade. Recebi este texto por e-mail.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Básico, mas rede não é comunidade, ou é?


As redes sociais são uma das mais antigas formas de relacionamento das sociedades organizadas de que se tem notícia. Das mais complexas às mais simples formas de junção, o ser humano dotado de mínima inteligência cria maneiras de se segmentar e buscar os seus comuns para promover troca e se ordenar socialmente – estimulado pela sua proximidade geográfica, interesses econômicos, religião, esporte favorito, receitas de comidas sem carboidratos e por ai vai. Motivações não faltam, uma vez que o homo sapiens é dotado de uma privilegiada estrutura de convivência e não de isolamento ou solidão – ele precisa fazer parte de uma sociedade (do latim, societas = aglomeração/ associação de pessoas).


Não, as redes sociais não são oriundas da internet (lamento!) e tampouco uma exclusividade da web, mas é inegável que o poder de capilarização da www acelerou a sua penetração junto aos usuários da rede mundial, transformando as social nets em um “lugar da moda” – não fazer parte de uma rede social virtual é quase como não saber que o Vik Muniz é brasileiro ou não fazer terapia ortomolecular: você está literalmente “out”. Se você não tem um Facebook em plena atividade, um conselho, meu amigo: compre uma caixa de chá e vá conversar sobre o tempo com a sua bisa, porque você não terá mais influência alguma sobre os seus amigos. Provavelmente nem sobre os seus sobrinhos.


Separemos bem as coisas, então: rede social é um assunto mais velho do que andar pra frente, só que alguns meninos tímidos resolveram se aproximar do resto do mundo através da internet, um veículo extremamente barato, veloz e eficiente – uma química absolutamente perfeita. O que nós, publicitários, comunicólogos e marketeiros ainda não compreendemos é que a internet, com todos esses predicados, é só o meio de propagação das relações interpessoais e a próxima pessoa que disser “vou criar um viral para a internet” merece ser sumariamente despedida.


Estamos na fase do back to basics: uma ação bem-sucedida na web é aquela capaz de extrapolar a internet e promover um encontro ao vivo, carne e osso, entre seres humanos comuns. É aquela capaz de motivar as pessoas a sairem da frente das telas de seus computadores conectados e se encontrarem em uma praça pública para cantar, dançar ou tirar as calças. O maior desafio das redes sociais é nos fazer voltar à vida real, tal como sabíamos há alguns anos.
*Fernanda Graeff é diretora de planejamento estratégico da Holding Clube

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Não entenderam nada da Internet*


Com o projeto de reforma eleitoral, o Senado mostra que olha para a internet da mesma forma que olha para as mídias em geral. Quando faz isso, limita a ideia de internet como espaço público e rede mundial. Dentro da internet, é claro, há as ramificações dos grandes meios de comunicação. Porém, a impressão que os nossos legisladores transmitem ao apresentar essa proposta é que só estão olhando para esse universo das mídias tradicionais, como se a internet se resumisse a esses portais de notícias, que nem sequer são o forte da internet.

Isso evidencia que os políticos brasileiros ainda não entenderam a internet como um espaço público onde cada cidadão tem uma tribuna. Pior: não entenderam o que é ser um cidadão no século XXI. Ainda concebem a comunicação como um processo centralizado, em que a mensagem parte de um centro emissor para muitos destinatários, quando, na realidade, o forte da internet é a relação de um cidadão com outro na construção interativa do conhecimento.

Na internet, você não é receptor passivo e pode surfar numa infinidade de canais sem ficar condicionado, por exemplo, à repetição da TV. E, se o conteúdo não agrada, basta deletar. No projeto, eles não deixam claro se vão fiscalizar o posicionamento ideológico de cada cidadão. Mas, além de tecnicamente impossível, seria uma piada se o fizessem.


* Análise de um dos blogueiros deste free blog, veiculada dentro da materia "Representante do MPF no Estado classifica as proibições impostas ao uso da web como 'censura' "de Vitor Vogas do jornal A gazeta de 04 de setembro.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Lutando para se aproximar

Veja o vídeo do 7° encontro da teia cabloca de videos juvenis. Encontro promovido pelo projeto saúde e alegria, para fortalecer a participação dos jovens ribeirinhos, jovens das comunidades dos rios tapajós, amazonas e irapiruns no trabalho de comunicação comunitária. O vídeo foi postado no you tube em julho do ano passado. Olhe ao redor!!

Fonte: http://redemocoronga.org.br/