segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O fazer televisivo para além das fronteiras do educativo e do entretenimento


No meu mestrado em Tecnologia da Informação e Comunicação em 2006, explorei como as possibilidades do fazer televisivo para além das fronteiras do educativo e do entretenimento é um desafio para a universidade.

Para compreender esse desafio, distingui duas diferentes concepções de laboratório de um ambiente de aprendizagem para TV universitária: uma diz respeito à prática dos alunos no fazer TV e outra diz respeito à pesquisa de novos formatos e conteúdos para a TV brasileira.

Quando me refiro a ambiente de aprendizagem estou pensando em um ambiente que agregue essas duas concepções de laboratório.

Estudei, nas propostas pedagógicas de duas televisões universitárias, uma pública e outra privada, as concepções de ambiente de aprendizagem, no que se refere à televisão, e os critérios utilizados para selecionar os conteúdos dos programas.

Finalmente, observei como o conhecimento científico gerado pelas pesquisas é administrado e utilizado na criação de formatos e conteúdos de programas. Fiz oito entrevistas com professores e alunos. Apliquei o Modelo da Estratégia Argumentativa – MEA - para analisar os argumentos utilizados pelos entrevistados na defesa de seus pontos de vista.

O MEA baseia-se na Teoria da Argumentação, tradição iniciada por Perelman e Olbrechts-Tyteca. Os resultados mostraram que, nas duas televisões pesquisadas, as práticas usuais concentram-se na cobertura dos eventos universitários e no laboratório de aprendizagem.

A diversidade de concepções dos participantes deixou expostas ambigüidades e, em alguns casos, contradições. Os resultados mostraram ainda que o conhecimento científico acumulado sobre televisão é desconsiderado pelas duas tevês pesquisadas.

Estas ainda não conseguiram desenvolver um ambiente de aprendizagem capaz de comportar um laboratório de pesquisa de novos formatos e linguagens para a televisão brasileira.

Ricardo Nespoli é jornalista, autor deste blog e ministra a disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória

domingo, 29 de novembro de 2009

O Estudo da comunicação redefiniu o conceito de popular.


Popular deixou de ser sinônimo de massa, passando a ter um novo contexto, consciência de classe.


Consciência que veio da insatisfação e das restrições à liberdade de expressão, como pode ser visto no filme “Como uma onda no ar”, de Helvécio Ratton,(2002).


O filme é baseado na história da Rádio Favela, de Belo Horizonte. Nele, é possível compreender o que leva uma sociedade a desejar um “grito de liberdade”.


A história narra a luta de quatro jovens, que vivem em uma favela e que conseguem depois de muita dificuldade, criar uma rádio pirata. O sucesso da rádio, contudo, começa a incomodar tanto alguns moradores dos bairros vizinhos quanto a própria polícia, que tenta impedir que a rádio continue a existir.


Essa nova comunicação alternativa representa a voz do povo. É o povo falando para o próprio povo, sem interferências, sem ruídos, sem manipulação da elite na informação.


Para se entender o que é comunicação popular, é preciso antes de tudo saber o que é povo.
Luiz Wanderley (1978) em “Apontamentos sobre educação popular", dá seis significados à palavra:


Em primeiro lugar, ele define povo como “aqueles que não tem recursos”.


A segunda interpretação é de massa atomizada e desorganizada.


Na terceira, ele define como “um conjunto de indivíduos iguais e com interesses comuns, que conflitam apenas por pequenas diferenças.


Na quarta concepção, Wanderley identifica como povo “aqueles que lutam contra um colonizador estrangeiro”.


Na quinta corrente, como “as classes subalternas, em oposição às dominantes.


Na sexta e última, como “um conceito dinâmico, aberto, conflitivo e, portanto, histórico, encerrando uma rica negatividade”.


Peruzzo (2004) a discussão de que a luta da comunicação popular não é ir contra a burguesia, mas em favor da população.


A comunicação popular e os meios massivos não devem contrapor entre si, mas trabalhar de forma complementar.


A mídia massiva é importante principalmente para o entretenimento e informação da população. Já a comunicação popular tem a função da dar voz ao povo.


Para Peruzzo “As críticas, em essência, apontam que, enquanto fenômenos, os dois tipos de comunicação estão midializados pela cultura e por isso não podem ser avaliados como instrumentalizadas, onipotentes, isoladas, nem opostas”.

A comunicação para ser popular precisa ser participativa, por isso, é preciso que várias pessoas participem da organização e produção do conteúdo a ser noticiado.


Mas o que normalmente acontece é de serem produzidos por poucos e estes fazerem suas próprias interpretações das necessidades da comunidade e acabar divulgando somente aquilo que acham importante, sem saber a real necessidade dos receptores em questão.


Pr isso, Peruzzo diz que nem sempre a comunicação popular é sinônimo de democracia.
Priscila Damasceno é estudante de jornalismo, autora deste blog e participa da disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Geração de resultado: jovens e mídias sociais na mira dos especialistas

Segue doze assuntos comentados por oito especialista nos debates do evento ResultsON Day.

- Faça networking, siga no Twitter pessoas interessantes, participe de blogs e debates virtuais. Freqüente cursos e feiras da sua área de interesse. Dica pessoal: acompanhe a divulgação de cursos espalhados nas redes sociais, muitos são transmitidos via web.

- Tudo o que você escreve nas redes sociais é monitorado e, mesmo inconscientemente, você pode influenciar no sucesso, preço e derrota de um produto. Uma pergunta colocada no Twitter como “Qual celular devo comprar?” ou ” Comprei um celular da marca X” é avaliada por agências de marketing digital.

- Estamos na era do consumidor impaciente, um traço marcante da geração Y. Empresas estão gastando fortunas para atender (e compreender) a nova geração.

- O consumir atual tem o seguinte pensamento: “- Quero tudo agora ou eu vou chorar para todo mundo ouvir!”, o que foi considerado como a “infantilização da internet”.

- Leia, pesquise e estude sobre “Cloud Computing”. É a expressão do momento em tecnologia e já está em estudo em empresas como AT&T, Dell, HP, IBM, Intel, Microsoft e Yahoo.

- Especialistas em educação acreditam que a faculdade ainda é importante, mas comete o erro de criar um “pacote de aulas” que, na escolha profissional, o aluno não vai utilizar. No futuro não fará sentido um curso de quatro anos com algumas aulas que não são necessárias para a área escolhida.

- O jovem de outros cantos do mundo não utilizam as redes sociais da mesma forma que o jovem brasileiro. Já existem empresas estudando o assunto. Em alguns países as redes sociais funcionam de forma inusitada: a maior rede social oriental, uma versão do Twitter, descobriu que os internautas possuem duas contas: uma pessoal e outra de um personagem. Por ser um local conservador e de repressão militar, eles têm medo de mostrar a verdadeira identidade.

- Os estudantes estão perdidos na escolha da profissão. Uma das razões é a falta de referência e real conhecimento sobre a área de atuação futura. A geração Y, em muitos casos, é a primeira de uma família a entrar em um curso superior.

- Diferente das oportunidades obtidas por outras gerações, agora está mais fácil ingressar em uma universidade, mas faltam referências reais sobre a profissão.

- A universidade do futuro deve ajudar o aluno em sua escolha profissional, o que não acontece atualmente.

- A web criou um mundo profissional mais competitivo e complexo, prova disto são os novos cargos (profissionais de TI, webmaster, programadores em java, etc). O grande problema das empresas é encontrar profissionais qualificados para as novas áreas.

- A maioria das pesquisas sobre comportamento na web estuda a geração Y, mas os executivos (os Baby Boomers) são os que mais navegam na web. Você sabia?

Ao final da participação deste ResultsON Day percebi que empresas de todos os segmentos estão abrindo espaço para o consumidor dar opiniões sobre produtos e serviços. Então, a dica é aproveitar para ser um colaborador positivo com as ferramentas disponíveis no mercado, criando uma identidade virtual que agregue valor a esse universo. Redes sociais foram consideradas como a versão on-line de um papo entre amigos. O assunto da reunião pode chegar em outras rodas e seu nome poderá ser lembrado.

E você? Participa de uma comunidade virtual trocando idéias e informações?

Qual a sua opinião sobre a atual utilização das redes sociais pelos jovens?

Fonte: http://www.focoemgeracoes.com.br

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Voluntários controem casas nos feriados

Durante a construção de mais 20 casas em Suzano e Guarulhos, os reporters da Folha on line acompanharam o trabalho dos voluntários em Suzano, no Jardim Maite, onde foram erguidas mais 5 casas no último fim de semana.






Fonte : http://mais.uol.com.br

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Direitos Humanos na Mídia Comunitária




Na semana em que se celebra a importância do Patrimônio Audiovisual, a UNESCO no Brasil, em parceria com a Oboré, lança a cartilha Direitos Humanos na Mídia Comunitária: a cidadania vivida no nosso dia a dia, e disponibiliza uma série de spots para download gratuito.

A função da cartilha, lançada exclusivamente em versão eletrônica, é apresentar, de forma clara e simples, noções básicas sobre: direitos civis, direitos políticos, e direitos econômicos, sociais e culturais.

São informações práticas e sugestões de temas a serem usados na sua rádio, na sua página eletrônica, nas reuniões da comunidade, da escola, na Igreja, no Sindicato etc.

O importante é lembrar que reconhecer esses direitos é o primeiro passo para a promoção da cidadania, da ética, do respeito e de atitudes de não-violência.

Esta cartilha foi pensada para ser uma ferramenta de comunicação para você que assumiu o dever de divulgar notícias e informações de interesse da sua comunidade. Afinal, acreditamos que os comunicadores comunitários são os grandes e verdadeiros mediadores dos assuntos locais.

Por sua vez, os spots complementam e ilustram os conteúdos abordados na cartilha. Eles apresentam informações de utilidade pública que podem ser utilizados livremente no seu meio de comunicação.

* Clique aqui para fazer o download da cartilha gratuitamente

* Clique aqui para fazer o download dos spots



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Oportunidade de liberdade?!


Comunicação Comunitária! Seria, realmente, essa a chamada democratização da informação? Quem sabe? Talvez sim. Tomara que sim!

Apesar de ser considerada por alguns como fenômeno recente, a comunicação popular vem se mostrando preocupada em resgatar culturas e oferecer a comunicação, de forma igualitária a todos. Inclusive aos menos favorecidos, em todos os sentidos. Assim trazer de volta as essências e estimas de pessoas comuns, que, estão submergindo em função da inversão de valores.

A exemplo, as favelas. Popularmente conhecidas como comunidades, elas não se resumem simplesmente em problemáticas tais como o tráfico de drogas, assassinatos, falta de lazer, escassez de educação e saúde, como a mídia massiva difunde. Antes, são indivíduos comuns, que tem família, religião, cultura, sim, cultura. E querem ser assistidos por isso.

Como a própria Peruzzo (2004) descreve, o movimento surgiu em função da precária condição da maioria e a falta de liberdade em relação a grande mídia. “... a ‘nova’ comunicação representou um grito, antes sufocado, de denúncia, de reivindicação...”.

Essa mesma sensação de liberdade, citada por Peruzzo, talvez tenha sido a mesma sentida pelos jovens orientados pela jornalista Taciana Grotti, em uma produção de vídeo no bairro onde eles moram, morro do São Benedito, em Vitória -ES. Em busca de repassar o conhecimento adquirido ao longo do seu trajeto na faculdade e completar o trabalho de conclusão de curso, já que na época Taciana era estudante, a então jornalista resolveu literalmente subir o morro e conduzir junto com todos a comunicação entre a comunidade.

Completamente ligada à luta e a busca para contribuir para uma mudança social, a comunicação popular se apresenta de forma organizada e construtiva, sempre, no sentido de todos lutando contra o a favor de alguma coisa.

Ela não é resultado da união de qualquer tipo mídia, mas da dinâmica e fruto do processo dos movimentos populares. Ela deve ser compreendida dentro da dinâmica social onde os indivíduos que a “produzem” estejam inseridos. Dessa dinâmica surgem os resultados onde os próprios produtores são protagonistas, onde o próprio meio é a mensagem.

Realmente é uma grande e boa oportunidade da cultura popular se propagar e ganhar seu espaço. Porém, quando se pensa na comunicação comunitária, aquele do povo para o povo, aquela que é cheia de conteúdos críticos e que vem provocando a democratização como caminho para a transformação social, o discurso se torna utópico e ao mesmo tempo contraditório.

Isso por que em um país onde o capitalismo é tido como soberano, dificulta a idealização precisa de tal fenômeno. Considerando que ela, sozinha, não teria o poder de suscitar uma mudança social imediata. Não só pelos seus próprios limites, mas tal mudança requer modificações na própria estrutura e no cenário político, econômico e social de toda coletividade.

Juliana Zardini é estudante de jornalismo, autora deste blog e participa da disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Porta na cara!

O núcleo audiovisual do Circo Voador fez um pequeno teste para ver como anda a segurança de uma agência bancária.

Acesse http://www.petitiononline.com/porta/petition.html e assine o Manifesto.

Fonte: http://www.circovoador.com.br/



quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Concentração dos meios de comunicação no Brasil.

O Intervozes – organização que atua pelo direito à comunicação no país – lançou o vídeo “Levante sua voz”, dirigido por Pedro Ekman e narrado por José Rubens Chachá.

O vídeo é uma contribuição para a primeira Conferência Nacional de Comunicação a ser realizada no em dezembro, reunindo governo, sociedade civil e empresários.

Tem o apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung.


Intervozes - Levante sua voz from Pedro Ekman on Vimeo.



Roteiro, direção e edição: Pedro Ekman
Produção executiva e produção de elenco: Daniele Ricieri
Direção de Fotografia e câmera: Thomas Miguez
Direção de Arte: Anna Luiza Marques
Produção de Locação: Diogo Moyses
Produção de Arte: Bia Barbosa
Pesquisa de imagens: Miriam Duenhas
Pesquisa de vídeos: Natália Rodrigues
Animações: Pedro Ekman
Voz: José Rubens Chachá

Fonte: Blog do Sakamoto e Intervozes

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Seguem 6 motivos para liberar a mídia social nas organizações


De acordo com matéria do AdAge, cerca de 70% das empresas norte no EUA proíbem o uso de mídias sociais.

Segundo o USA Today, sao 54%. Seja lá qual for o índice, é alto.

Os empregadores ainda estao apreensivos em liberar sites como Twitter e Facebook no local de trabalho com medo da perda de produtividade.

Seguem 6 motivos para liberar a mídia social nas organizaçoes.

(1) contribui para um melhor relacionamento entre os colaboradores e, assim, uma equipe mais motivada.

(2) tirar o foco do trabalho de tempos em tempos e fazer uma pausa ajuda a pensar melhor e, portanto, aumentar a produtividade.

(3) redes sociais podem facilmente servir como fonte de pesquisa e compartilhamento de informaçoes.

(4) liberando o uso, a empresa afirma que confia em seus funcionários e ainda evita que eles acessem os sites na surdina, através de seus smartphones. Uso exagerado? Resolve-se caso a caso.

(5) a companhia pode monitorar o que seus funcionários estao falando sobre ela na web e assim lidar com possíveis casos de descontentamento.

(6) empregados felizes falam bem de seu emprego e ajudam a trazer pessoas com o mesmo perfil para a empresa.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Aí vem todo mundo


Entrevista com Clay Shirky, jornalista e escritor americano publicado pelo jornal A Gazeta do povo em 16/11/2009

Como diferenciar a cultura tradicional da cultura da era digital?

Quando terminei de escrever meu livro Here Comes Everybody (algo como “Aí vem todo mundo”, em inglês), tinha a impressão de que o comportamento determinava aquilo a que chamamos de cultura. Mas “comportamento” pode ser traduzido como motivação filtrada pela oportunidade.

O que a cultura digital faz é pegar motivações ancestrais – “quero estar conectado a pessoas de que gosto”, “quero ter mais autoconfiança”, “quero ser autônomo” – e apresentar a elas um monte de novas oportunidades. Tanto a ascensão da Wikipedia ou da comunidade de software livre oferecem uma oportunidade da criação coletiva.

Ninguém está no comando e ninguém tem a garantia de que sua contribuição será aceita, mas em algum lugar entre esses dois polos há uma cultura de compartilhamento, de combinação e de progresso.

A pergunta a ser feita é: “Qual valor conseguimos extrair destas oportunidades?” ou “como temos que mudar a cultura para ter vantagem com isso?”.

Dá para comparar as mudanças que vemos hoje com alguma outra mudança histórica?

Sim, com a invenção da cultura impressa, outro período em que o enorme acesso à informação mudou tudo. E quando ela apareceu, havia o temor de que ela centralizaria a cultura.


A nova tecnologia permitiria que todos pudessem ter acesso a livros, mas sempre aos mesmos títulos, e a noção de cultura se tornaria mais massiva, ainda mais porque era controlada pela Igreja Católica.


O que aconteceu foi o contrário – e até hoje eu fico impressionado como a Elizabeth Ein­seins­­tein fala bem sobre essas mudanças sociais em seu livro A Revolução da Cultura Impressa (Ática, 1998).


Em vez de um mesmo livro ser lido por milhares de pessoas, uma pessoa po­­dia ler milhares de livros. E o cho­­que da diversidade – de for­­mas de pensar e viver - virou –o mundo de cabeça para baixo.


A internet é uma ferramenta para acessar informação, isso é óbvio, mas é uma ferramenta muito mais importante para conectar uns aos outros. E a variedade de formas de pensar e viver está apenas começando a crescer porque, de re­­pente, a ideia de nicho – você achava que era a única pessoa do mundo que gostava de de­­terminada coisa ou que fazia uma atividade de um jeito diferente – pode ser expressa so­­cialmente.


Antes da consolidação da internet assistimos a diferentes movimentos, como a questão ambiental, a luta pe­­los direitos civis ou os direitos do consumidor, que começaram localizados e se tornaram globais.

Essa mudança poderia acontecer sem a invenção da internet?

Perceba o seguinte: embora a revolução científica não fosse possível sem a invenção da cultura impressa, ela não foi a causa da revolução científica.


O que vemos com a internet é a ascensão de uma plataforma que permite o pensamento global numa época de problemas de escala global.


Esse foi o ponto da revolução científica: não foi que os cientistas descobriram que havia a mídia impressa em que eles poderiam publicar suas descobertas, mas o fato de eles perceberem que precisavam de uma cultura em que uns lessem o que os outros estavam fazendo e em que pu­­dessem se desafiar uns aos ou­­tros.


O foco agora deve ir para es­­sas normas culturais que po­­dem mudar a forma como usamos a internet.

Há algo em andamento hoje que seja semelhante àquela revolução científica?

A mudança política vai ser a revolução científica desta geração.


Precisamos pensar em um conjunto de normas culturais que nos permita lidar com questões que afetam todo o planeta.


Não temos isso ainda.


Transformar o mundo inteiro em um só país com um único governo não é a forma correta de lidar com isso, pois é um retrocesso colocar o controle do mundo na mão de um grupo de líderes, mas os modelos que temos hoje também não são apropriados.


Temos que pensar em formas de lidar com o engajamento político global. Algumas das principais transformações hoje são em países em desenvolvimento.

Marshall McLuhan dizia que a cultura digital é mais próxima da oral do que da escrita. Países menos alfabetizados têm mais facilidade de compreender a cultura digital?

Para isso precisaríamos que as possibilidades de participação coletiva que vivenciamos principalmente online se tornassem disponíveis não de forma escrita, mas através da voz; não através de computadores, mas de telefones.


O telefone é o principal dispositivo de contato para a maior parte do planeta; 4,5 bilhões de pessoas usam o telefone, enquanto outros 3 bilhões usam celulares.


Vi­­vemos num mundo em que é muito comum acessar a rede global. O que essas pessoas fazem na internet – se escrevem, leem, tiram fotos ou fazem filmes – é o de menos.


A oportunidade e o desafio é como iremos fazer que a motivação social da internet esteja disponível para qualquer um que tenha um telefone, e não só para quem tem computador.


E tem coisas que você pode fazer no telefone que não dá para fazer na web. E não estou falando de um iPhone, mas de aparelhos que façam apenas telefonemas e enviem SMS. Acho que é um gran­­de desafio pensar nesses sistemas de organização social.

Você acha que o Brasil é um agente desta mudança?

Claramente. O Brasil é o primeiro país a se alinhar inteiramente a um modelo de compartilhamento como forma de progresso econômico, cultural e social.


E isso aparece em diferentes níveis, desde o mais baixo – como a cultura do funk de favela, que pressupõe o com­­­partilhamento em sua essência – até o mais alto, com o presidente Lula dizendo que prefere soluções open source para os problemas do país.


Há outros países que estão se de­­­senvolvendo desta forma, mas nenhum outro está tão à frente quanto o Brasil.


E é por isso que eu acho que o Brasil é um dos países mais importantes do mundo hoje.

E o resto do mundo percebe isso?

O mundo não percebe isso co­­mo um todo, apenas como exem­­plos que se desenvolvem isolados uns dos outros.


Não há a consciência de que essas iniciativas façam parte de um todo, mas que há, de fato, uma cultura brasileira que está sendo desenvolvida ao redor desses modelos. E isso é a coisa mais importante – não só em relação ao País, mas à forma como encaramos cultura digital no planeta.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O compromisso com o desenvolvimento da comunidade


A Comunicação comunitária pode ser entendida a partir da quebra do paradigma de que a palavra popular esteja relacionada a povo, no sentido de população despolitizada. Ela vai além de bairrismo. Pode ser explicada sob o prisma da comunicação sem interesse mercadológico, ou seja, sem finalidade de lucro.

A Comunicação popular, como também é conhecida, está relacionada à voz de um grupo que possuem interesses afins, mas não têm a possibilidade de expressar suas idéias, pensamentos, sentimentos, protestos; por meio da mídia organizacional.

Essa forma de comunicação tem o compromisso com o desenvolvimento da comunidade. Além disso, é uma forma de interação da sociedade para a sociedade. A mensagem não é objeto de manipulação de um para todos, mas ferramenta de interatividade de todos com todos.

O que se trata na comunicação comunitária é o interesse particular com pensamento comum. A exemplo, anúncio de campanhas de saúde, matrícula nas escolas, vagas de emprego e outros que são de interesse comunitário. Outro objetivo é o incentivo dos integrantes desses grupos na participação da solução de problemas, uma espécie de mobilização social, de demanda reduzida, concentrada, já que está restrita a um grupo específico.

A comunicação popular ajuda ainda na valorização cultural local, na história, pois de certa forma acaba por conscientizar seus participantes de forma mais próxima. Deste modo as tradições não são facilmente perdidas, já que se tem uma aproximação maior entre as pessoas. O que não acontece diretamente com a comunicação de massa, em que é passada a informação de um pequeno grupo para uma população.
Kalyane Figueiredo é estudante de jornalismo, autora deste blog e participa da disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O jornalismo online como estratégia de combate ao racismo.


O TCC Comunicação publica o resumo de um tcc que trata o debate étnico-racial na internet.

O trabalho foi desenvolvido por Milena Almeida no curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da Universidade Veiga de Almeida, em 2009. Milena contou com a orientação de Ana Paula Brandão.

Imprensa negra e o debate étnico-racial na internet – o jornalismo online como estratégia de combate ao racismo.

O objetivo do trabalho é contextualizar o jornalismo afro-descendente do século XXI, caracterizado pelas novas experiências no ambiente da internet.

A partir de um resgate histórico que narra o desenvolvimento da Imprensa Negra no Brasil, representada expressivamente por veículos paulistas, é realizada uma análise das modificações sofridas por esta atividade, com a ampliação do debate étnico-racial nos meios de comunicação através do uso das novas tecnologias.

Impulsionadas pelas recomendações da Conferência Mundial Contra o Racismo, ocorrida em Durban, África do Sul, em 2001, as iniciativas do jornalismo negro na internet propõem uma nova abordagem da identidade da comunidade negra, que ampliou a atuação no campo da comunicação.

Neste âmbito, a partir do estudo de caso da Agência Afroétnica de Notícias - Afropress, o trabalho tenta dimensionar como a internet permitiu uma nova abordagem da temática afro-descendente na Imprensa Negra, propondo um ponto de vista diferenciado das experiências do jornalismo negro do início do século XX.

Desta forma, o estudo visa a compreender a partir de quais aspectos a digitalização da imprensa influenciou o uso do jornalismo como ferramenta para debater o racismo do país na contemporaneidade.

Entre em contato com a autora pelo e-mail: lenamca@yahoo.com.br.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

That tonight's gonna be a good, good night

Veja o vídeo que estudantes de comunicação fizeram em uma universidade canadense.

172 estudantes interpretaram sem cortes por todo campus da universidade a música I gotta felling do Black Eye Peas.

Segue abaixo tradução livre da letra.



Eu tenho uma sensação
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa boa

(+ 3 vezes)

Hoje à noite vai ser a noite
Vamos curtir ao máximo
Eu tenho meu dinheiro
Vamos gastar tudo
Sair e arrasar
Tipo “Oh Meu Deus”
Saia desse sofá
Vamos, vamos sair

Eu sei que vamos curtir
Se nós descermos e sairmos
E simplesmente irmos à loucura
Eu me sinto estressado
Eu quero deixar pra lá
Vamos ficar bem “doidões”
E perder todo o controle

Encha minha caneca
Parabéns!
Olha como ela dança
Apenas tire isso!
Vamos celebrar!
Nós vamos parar tudoVamos fazer o teto pegar fogo!
E então nós faremos novamente

Vamos fazer (6x)
E viver ao máximo
Vamos fazer (8x)

Pois eu tenho uma sensação
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa boa

Eu tenho uma sensação
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa boa

Hoje à noite vai ser a noite
Vamos curtir ao máximo
Eu tenho meu dinheiro
Vamos gastar tudo
Sair e arrasar
Tipo “Oh Meu Deus”
Saia desse sofá
Vamos, vamos sair

Encha minha caneca
Parabéns! À vida!*
Olha como ela dança
Balance, balance, apenas tire isso!
Vamos celebrar!
Nós vamos parar tudo
Vamos fazer o teto pegar fogo!
E então nós faremos novamente

Vamos fazer (6x)
E viver ao máximo
Vamos fazer (11x)

Aqui nós chegamos,
Aqui nós vamos,
Nós precisamos agitar,
Fácil vem,
Fácil vai,
Agora nós estamos no topo
Sinta a batida
Corpo agita
Agite e não pare
Em Círculos
Pra cima para Baixo
Dia e noite

Segunda,
Terça
Quarta e Quinta
Sexta, Sábado
Sábado e Domingo
venha venha venha venha conosco
Voce sabe o que nós estamos dizendo
Festa todo o dia
Fe Fe Fe Festa Todo Dia

E eu estou sentindo
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa boa

E eu tenho uma sensação
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa
Que hoje à noite vai ser uma noite boa boa

Veja o site oficial da banda

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A mídia no espaço escolar

O programa Nas Ondas do Rádio é reconhecido por lei municipal - São Paulo, como política pública para a educação desde 2004 através da lei 13.934

O programa é uma proposta pedagógica com o objetivo de promover o protagonismo infanto juvenil através das linguagens midiáticas. Assim como no aperfeiçoamento da leitura e escrita dos alunos.

O programa desenvolve projetos nas redes municipais de ensino de São Paulo em escolas do Ensino Fundamental e Médio, composta por cerca de 500 alunos.

As Rádios Escolares transmitem informação, prestação de serviço e entretenimento musical durante o intervalo e a produção e apresentação dos programas fica a cargo dos alunos, crianças e adolescentes, que atuam nos Grêmios Escolar, ou em projetos como o Aluno Monitor de Informática Educativa.

Acesse: http://blogandonasaondasdoradio.blogspot.com/

Veja o vídeo de uma reporter mirim entrevistando Carlos Nepomuceno

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Entre a sobrevivência e a arte

O Centro de Comunicação e Cultura Popular Olho da Rua é uma instituição social que utiliza as novas tecnologias da informação, a produção de mídias e outros elementos culturais para debater os diversos problemas sociais e opressões vivenciadas no cotidiano.

O Centro é um local reflexão de soluções coletivas por meio das idéias e práticas de transformação da sociedade e das relações humanas que surgem ao longo deste processo de educomunicação.






Blog: http://olhodarua.wordpress.com/

domingo, 8 de novembro de 2009

II Fórum de Mídia Livre

Acontece Universidade Federal do Espírito Santo, de 4 a 6 de dezembro o II Fórum Nacional de Mídia Livre. O Evento mobiliza Jornalistas, acadêmicos e ativistas pela democratização da comunicação no país.


O Fórum de Mídia Livre nasceu em abril de 2008, do manifesto em defesa da diversidade informativa e da garantia de amplo direito à comunicação.


O I Fórum de Mídia Livre foi realizado na cidade do Rio de Janeiro, em junho de 2008 pela Escola de Comunicação da UFRJ, mobilizando cerca de 8000 pessoas por dia de evento.



Suas discussões conduziram a um conjunto de propostas e manifestações, que se constituíram posteriormente em medidas concretas, como a participação na cobrança do Executivo para a realização da Conferência Nacional de Comunicação e a construção de Pontos de Mídia livre como política de governo, o que começou ser efetivada pelo Ministério da Cultura.


Em janeiro de 2009, ás vésperas do Fórum Social Mundial, acontecia o Fórum Mundial de Mídia livre na cidade de Belém do Pará .


Durante o Fórum o presidente Lula anunciou a Conferência Nacional de Comunicação e o Ministério da Cultura o edital de Pontos de Mídia, como primeiras respostas às reivindicações dos movimentos organizados da sociedade civil do campo da comunicação social.


A cidade de Vitória foi escolhida pelas mudanças que pretende protagonizar no setor de comunicação e cultura, com anúncios de investimento em comunicação para a cidadania, internet pública e ampliação do acesso à cultura.


Nesta edição cerca de 300 lideranças estarão em Vitória construindo propostas que irão embasar movimentos distintos para a Conferência nacional de Comunicação, o grande acontecimento deste ano no campo da comunicação e da cultura.



Leia + e faça sua inscrição

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sejamos criativos

Esse vídeo, criado há quase 8 anos (e tão atual), é uma espécie de: Tudo o que você queria saber sobre Creative Commons, mas nunca teve coragem de pesquisar no Google sobre o assunto.

Narrado pelo dublador Guilherme Briggs, é a tradução em português do conceito original das chamadas “licenças flexíveis para obras intelectuais”, mostrando a diferença entre trabalhar sem intermediários e copyright.

A moral da história toda é: seja criativo, ainda mais quando preferem não te ouvir.

Se você nunca viu, é agora:

Fonte: http://assuntoscriativos.blogspot.com/

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

COMUNIDADE DO ARCO DIGITAL


Segue abaixo texto Nhenety Kariri-Xocó participante da comunidade do arco digital.





Nos índios já estamos usando o computador como ferramenta de buscar soluções.



O computador nos serve para escrever projetos ou cartas, que nos auxiliam para buscar melhorias na saúde educação, sustentabilidade e tudo que se refere a nossa sobrevivência e desenvolvimento, servindo como um Arco e Flecha.




O arco e flecha é um instrumento de defesa, de caça… Hoje em dia, um computador com internet também pode ser utilizado pelos os indios como um instrumento de defesa e caça.




Quando nós índios pensamos em fazer uma caçada, nós nos preparamos, estudando todas as possibilidades: o clima, o terreno, a época do ano… Preparamos nossas flechas, fazemos nossas orações e saímos em grupo…




Hoje em dia, também nos reunimos em grupo e através do computador e a internet nos estudamos todas as possibilidades: os órgãos do governo e seus editais e suas leis, as agencias de cooperação, os financiadores, os programas, os patrocínios de empresas, o mundo das parcerias… Preparamos nossos projetos e saímos na busca de concretizar nossa caçada.



Arco e flecha = computador e internet



Caçada = elaboração de projetos



Caça = projeto aprovado



Cozinhar = executar



E depois só comer o resultado

Quando um projeto é pensado, projetado, elaborado, encaminhado é igual à CAÇADA TRADICIONAL.


O que se precisa para ser um bom CAÇADOR?


Precisa aprender com os mais hábeis caçadores e principalmente praticar muito.É bom estudar os hábitos dos animais: onde comem, onde bebem, onde vivem…É importante saber imitar os animais para atrai-os.É importante farejar, rastejar para capturar as caças.É muito importante também o domínio do arco e flecha para atingir a caça.


O que se precisa para ser um bom CAÇADOR ELETRÔNICO?


Precisa aprender um pouco da informática com aqueles que já sabem sem se importar com a tribo digital que a outra pessoa pertença. Dedicar horas a pratica no computador é fundamental.


Praticando se aprende. Muito do que sabemos hoje temos o aprendido praticando… Sozinhos. Com a internet nos podemos estudar “os hábitos” das agencias, das secretarias, dos órgãos, das empresas… Onde se localizam, quais são a suas missões, quais suas formas de proceder (editais, chamadas, patrocínios, apoios, parcerias…).


É importante saber “imitar”, saber ajustar nossos projetos aos perfis daqueles que agente quer atrair, sejam eles financiadores ou parceiros…È importante procurar, pesquisar, navegar na INTERNET para assim saber melhor como “capturar”.


Hábitat (Floresta, rio, lagoa, árvores, subsolo…) = Financiadores (Agencias, Secretarias, Empresas).


Hábitat é onde agente vai buscar a caça.Financiador é onde agente vai buscar aprovar o projeto.
O computador é muito rápido ele vai longe pode até atrevessar o oceano, ir ao final do mundo em segundos.


A luta para buscar as soluções dos problemas exige um grupo de pessoas articuladas e planejamento, portanto o arco foi esticado, quando o trabalho vai sendo desempenhado em forma de papel (flechas) elas são lançadas em todas as direções e atingem o alvo quando a ação for concretizada.



Um arco e flecha pendurado na parede é decorativo não caça nem defende.Vamos usar nossos computadores.


Nhenety Kariri-Xocó
Nhenety@indiosonline.org.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O cidadão decide o que vai protagonizar


A comunicação comunitária, no Brasil, ganhou maior notabilidade em uma época em que a liberdade de expressão não era um das principais aspirações dos governantes. É de conhecimento geral que, durante o período da repressão militar, toda e qualquer manifestação popular estava fadada a fiscalização e a censura por parte do governo.

É exatamente nesse contexto que começam a surgir maneiras alternativas de se fazer comunicação. Maneiras que não necessariamente implicavam em formas tradicionais de comunicação, como jornais ou rádios. Trata-se de algo completamente novo, fugindo do modelo emissor –> meio –> receptor.

De maneira muito peculiar, neste novo molde, a comunicação passa a ser feita pelo cidadão e para o cidadão. Não existe a figura de uma grande empresa selecionando informações que posteriormente seriam veiculadas no mass media. E, ao contrário das conclusões que se pode tirar, a comunicação comunitária não tem como pretensão tornar-se evidente a ponto de ocupar grande espaço na mídia convencional.

É importante que se esclareça o fato de que as produções realizadas dentro da comunicação comunitária não são necessáriamente, desprovidas de profissionalismo ou qualidade.

Peruzzo (1998) aborda uma questão extremamente importante. O popular (inserido no contexto da comunicação comunitária), muitas vezes menosprezado devido a precoce e imatura definição quanto ao que tange sua essência, nada mais representa que uma camada da população altamente politizada a par de questões que se dizem a seu respeito. A partir desse novo conceito, o popular deixa de ser algo inferior (segundo nossos conceitos - ou preconceitos) e passa a ser a voz do cidadão que tem conhecimento dos fatos que o norteiam, e quer comunicar isso a sociedade de alguma maneira.

Analisando por essa ótica evidencia-se o fato de que, o cidadão, pela primeira vez em toda história da comunicação, não somente se torna o grande protagonista, como também decide o que vai protagonizar.

Em meio a era das tecnologias digitais e do constante fluxo de informações que a sociedade contemporânea vive, é possível vislumbrar a comunicação comunitária não somente como uma forma alternativa de nos comunicarmos. Ela se torna nossa principal fonte de informações, uma vez que teorias obsoletas em todo seu pessimismo já não possuem o espaço e a credibilidade que antes lhes eram creditados.

As teorias da comunicação ganham novo campo com o surgimento da comunicação dita comunitária, uma vez que as constantes transformações na sociedade tornam possíveis novas maneiras de interagirmos uns com os outros. Obviamente não levanto a hipótese de que teorias como a de Frankfurt sejam desclassificadas ou tampouco ignoradas, pois o conceito do novo só se torna pleno e consistente quando levamos em consideração as ponderações feitas anteriormente, quando a sociedade, por sua vez, também era totalmente diferente.

Raini Salviato é estudante de jornalismo, autora deste blog e participa da disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Uma nova ponte




Conheça a Rede de Mobilização Social . Uma comunidade virtual que debate e compartilha informações. A RMS é um serviço de comunicação comunitária que leva informações de interesse público a jornalistas, entidades de classe, ONGs, instituições de ensino, lideranças comunitárias e religiosas e gestores públicos.

A Rede de Mobilização Social tem como objetivo construir uma ponte que fortaleça o diálogo, afine o discurso e aumente a confiança da sociedade em ações que sensibilizem e convoquem os multiplicadores a disseminar mensagens de interesse público dentro dos grupos em que atuam.

“Convocar vontades” para promover uma agenda positiva é o principal desafio da RMS.
A estratégia de criar uma rede de divulgação e diálogo na web possibilita a ampliação de ações relevantes e ainda mais abrangentes para as comunidades participantes.

Seja um membro, divulge seus projetos, opine.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Generation Y, americans boys and girls or just not it?


Por Stephanie Armour, USA TODAY (Tradução de Mayra Saidemberg, para o Job Jump.)


Eles são jovens, espertos e ousados.


Usam chinelo no escritório ou ouvem iPods em suas mesas.


Eles querem trabalhar, mas não querem que o trabalho seja sua vida. Esta é a geração Y.


Uma força de milhões de pessoas que pela primeira vez estão entrando em suas profissões e tomando seu lugar no mercado de trabalho incrivelmente multigeracional.


Fiquem prontos, pois esta geração, cujos membros ainda não atingiram os 30 anos, é diferente daqueles que vieram antes deles, conforme pesquisadores e autores como Bruce Tulgan, o fundador de New Haven, CNN, baseado no Rainmaker Tinking, que estuda a vida de pessoas jovens.


Esta geração esta entrando na força de trabalho a numa época marcada pela maior mudança demográfica de todos os tempos e as empresas nos U.S.A. estão com a sua força de trabalho envelhecendo.


Pessoas com 60 anos de idade estão agora trabalhando ao lado de pessoas de 20 anos de idade, graduados do colégio com mente fresca estão supervisionando trabalhadores que poderiam ser seus pais.


E os novos iniciantes no trabalho estão trocando suas profissões mais rápidas do que os estudantes passam de série que estão estudando, criando frustração para os empregadores, lutando para reter e recrutar talentos de alta performance.


Diferentemente das gerações que se foram antes deles a Geração Y, tem sido cuidada, nutrida e programada com inúmeras atividades desde as fraldas.


Isso significa que eles são ao mesmo tempo voltados para alta performance, e alta manutenção, diz Tugan – “Eles também acreditam no seu próprio valor”.


A Geração Y responde muito menos aos tipos de comandos e controles tradicionais de gerenciamento ainda populares.


É a maioria da força de trabalho de hoje, diz Jordan Kaplan, um professor associado à ciência de gerenciamento na Universidade de Lond Island, Brooklin, Nova York. Eles cresceram questionando seus pais e agora estão questionando seus empregadores.


Eles não sabem se calar, o que é ótimo, mas isto é um agravante para o gerente de 50 anos quando diz, - “Não faça isto não faça aquilo”.


A filosofia speak-your-mind ou Estimule a sua mente, faz sentido para Katie Patterson, uma Executiva da Edelman Public Relations em Atlanta. Aos de 23 anos veio de Yowa e agora divide uma casa com dois colegas.Todos gostam de colaborar uns com os outros e vêem a maioria de seus amigos quererem dirigir seu próprio negocio, porque assim podem ter a sua independência.


Eles dizem: “Nos estamos desejosos e sem medo de mudar o status quo”. “Um ambiente onde a criatividade e independência de pensamento, são procuradas será atraente e positivo às pessoas de minha idade. Nós somos muito independentes e hábeis tecnicamente”.


Muito se sabe da Geração Y: Eles têm dicas para finanças Depois de presenciar a insegurança financeira que baseou as gerações anteriores, pela época de desemprego e falências, os novos integrantes da força de trabalho são geralmente hábeis, seguros financeiramente, quando se diz respeito a dinheiro e poupança.


Eles se preocupam com benefícios de planos de aposentadoria. A pesquisa de compras da NY – Diversified Investment Advisors aponta que 37% da Geração Y pretende começar a poupar para a aposentadoria antes de chegar aos 25 anos, com 46% destes já trabalhando e para 49% destas pessoas os benefícios da aposentadoria são importantes fatores na escolha do emprego.


Entre a Geração Y 70% contribui para seu plano de aposentadoria. Paterson , que trabalha em Edelman, já tem um planejamento financeiro, e a companheira de trabalho Jennifer Hudson, de 23 anos esta poupando para o futuro – “Eu já sabia sobre IRA / Roth (Poupanças para aposentados americanos, isentas de impostos), aos 17 anos. Eu aprendi sobre isto na aula de economia” diz Hudson, um Executivo de Contas em Atlanta e a Universidade de Alabama.


“Minha geração é muito mais realista. Nos estávamos no colégio, quando percebemos a quebra de empresas e o desemprego”. O equilíbrio na vida no trabalho não é um mar de rosas. Diferentemente dos boomers (pessoas nascidas logo após a segunda guerra mundial) que tentaram priorizar a carreira em relação à família, os trabalhadores mais jovens estão interessados em fazer com que seu trabalho permita acomodar sua família e a vida pessoal.


Eles querem um trabalho que seja flexível, opções de trabalhar em casa pelo computador e a possibilidade de serviço de meio período ou de deixar a força de trabalho temporariamente, quando as crianças estão na prioridade. “Existe um maior valor a auto - satisfação” diz Diana de San Diego, de 24 anos que mora com os pais em São Francisco e trabalha ajudando a preparar estudantes - para o mercado de trabalho mundial através do programa do colégio Parachute, depois de 11 de setembro há a consciência de que a vida é curta e que deva ser mais valorizada. Mudar, mudar, mudar.


A Geração Y não espera permanecer no emprego ou na carreira, por muito tempo.


Viram escândalos que implodiram grandes corporações como Enron e Arthur Andersen, nos Estados Unidos, e eles têm duvidas sobre estes conceitos como lealdade dos empregados, diz Tulgan.


Não gostam de ficar por muito tempo em qualquer compromisso, esta é a geração de tarefas múltiplas, e eles podem viajar pela Internet, comunicam-se por e-mail, pelos seus Blackberrys (computadores de mão), ao mesmo tempo em que falam nos celulares enquanto conversam online.


Eles acreditam no seu autovalor e valorizam-se suficientemente e não são tímidos quanto a tentar trocar as empresas para quem trabalham. Isto pode ser comparado a Geração X, a geração nascida entre 1960-70, conhecida pela sua independência de pensamento, favoráveis a mudança e enfatizando a família.


Eles são como a Geração X em forma de asteróides, diz Tulgan. Eles giram em torno do trabalho com altas expectativas sobre si mesmos, assim como de seu empregador. Se você pensa que viu um estouro quando a Geração X, entrou no trabalho, isto era falso e o reflexo está vindo agora. ( Nota – a geração X era representativa de uma geração de contestação ao sistema vigente, principalmente o capitalista, e hoje fazem parte normal deste sistema).


Tulgan , co–autor de Managing Generation Y ,com Carolyn Martin e que coordena sessões de treinamento em empresas sobre como preparar e reter a geração Y, diz que um exemplo recente é uma jovem mulher , que começou um trabalho numa empresa de cereais. Ela apareceu no primeiro dia com uma receita para um novo cereal que ela inventou.


Conflitos quanto à vestimenta casual No lugar de trabalho podem aparecer conflitos, ressentimentos por causa de serie de fatores, mesmo sobre assuntos aparentemente inócuos, como aparência.Quando, por exemplo, uma geração acostumada à vestimenta casual como chinelo de dedo, tatuagens e calça capri, se encontra com uma. Roupa mais formal exigida no escritório. Angie Ping, de Alvin no Texas, vive com chinelos, mas trabalha num escritório onde não pode fazer isso.


A política de algumas empresas com relação à vestimenta adequada em escritório parece completamente retrogradas para mim, diz Ping, da Internacional Facility Management Association. “Uma nova medida para a vestimenta de trabalho nesta estação é a moda masculina inspirada nas calcas capri, que veste tão bem como as outras quando comparadas, mas as calças capri não são permitidas na minha organização”.


A Geração Y se sente totalmente confortável com tecnologia. Enquanto os cincoentões preferem um telefonema ou encontro pessoal para falar sobre um tópico importante, os trabalhadores jovens podem preferir solução virtual do problema.


Conflitos também podem aparecer no estilo de gerenciamento Diferentemente das antigas gerações, que em grande parte estavam acostumados a revisões anuais, a Geração Y cresceu dentro de constante feedback e reconhecimento dos professores, pais e orientadores e podem se ressentir e se sentirem perdidos se a comunicação com os patrões não é mais regular.


A geração do novo século tem estimulado estas crianças a serem mais auto centradas, diz Cathy O’Neill, vice-presidente sênior no gerenciamento de carreiras na empresa ·Lee Hecht Harrison in Woodcliff Lake, NY. – “As suas expectativas são diferentes.


Eles esperam que lhes digam como estão indo, com muito mais freqüência do que os mais velhos”. Matt BerKey, 24 anos, um escritor da ST Louis Small Business Monthly, diz que muitos da sua geração viajaram e tiveram muitas experiências enriquecedoras para o seu desenvolvimento. Com isso, pode haver um choque com as gerações mais antigas que se vêem como competitivas e não como habilidosas. “Estamos surpreendendo por conseguirmos nosso trabalho e nosso dinheiro”. Nós queremos o trabalho monopolizador de direita longe”, ele diz.


“Parece que nossos pais nos enganaram. Tudo é possível. Nos tivemos aulas de Karate, futebol e muitas outras coisas. Mas eles não deram valor a nossa habilidade social. Eles não tratam os antigos empregados como deveriam”.


Os empregadores estão examinando novas maneiras de recrutar e reter e estão tentando atrair os trabalhadores mais jovens e flexíveis no trabalho e outras qualidades, geralmente atrativas da Geração Y. No Abbot Laboratories de Chicago, os recrutadores estão abordando estudantes de colégio, dizendo a eles sobre os benefícios como escalas de trabalho flexíveis, telecomunicação, reembolsos e uma monitoração online.


Bonificação e recrutamento Aflac, uma seguradora com base em Columbus, Ga. destaca-se pelas bonificações, como dar recompensas como folga, escalas flexíveis de trabalho e reconhecimento constante para seus funcionários. Xerox esta indo para o recrutamento de estudantes que de destacam nas escolas de ensino técnicos ou profissionalizantes ou “core colleges” como a empresa se refere a universidades que tem o tipo de talento que a Xerox precisa.


Por exemplo, The Rochester Institute of Technology é uma core school; para a Xerox recrutar, pois tem programas fortes de engenharia e ciências relacionadas com os negócios da Xerox. Xerox esta usando o slogan “auto–expressão” como uma forma de descrever o perfil dos candidatos que busca. A esperança é que o slogan seja chamativo para aqueles que pertencem a esta nova geração, que possui o desejo de desenvolver soluções e mudanças.


Quem recruta também aponta para a importância da diversidade na empresa; a Geração Y é um dos muitos e diversos grupos demográficos, um entre três é minoria. “Geração Y - Isto é muito importante”, diz Joe Hammill, diretor da aquisição de talentos “Xerox, ou outra empresa tipo–fortuna, visualiza esta força de trabalho emergente como o futuro das organizações”. Mas algum conflito é inevitável. Mais de 60 % dos empregadores dizem que eles estão experienciando tensão entre os empregados das diferentes gerações, conforme pesquisa de Lee Hecht Harrison.


A pesquisa indicou que mais de 70% dos trabalhadores mais velhos estão desvalorizando as habilidades dos trabalhadores mais jovens e, perto de 50%, diz que os mais jovens estão desvalorizando as habilidades dos companheiros de trabalho mais velhos.


Como um assistente executivo, Jennifer Lewis, aprova as despesas e mantém o acompanhamento dos dias de folga dos empregados. O que ela diz poder ser recompensa por que ela é muito mais nova do que suas companheiras de trabalho. Ela se reporta ao presidente do departamento de desenho da sua companhia. “As pessoas que tem estado por aqui, há 10 anos, e precisam fazer relatórios a alguém de 22 anos”, diz Lewis. Ela, além disso, fala em seus e-mails disso “Eu sempre tenho que mentir sobre a minha idade para conseguir um certo grau de respeito que quero ter de meus companheiros de trabalho”.


Lewis, a sênior no Hunter College in New York, tenta não dizer as pessoas, que ela é uma estudante por medo de parecer que ela parece com “uma jovem garota do colégio”. Ela paga aluguel e paga sua própria escola e gasta o tempo tendo aulas de culinária e cerâmica. “Mas tem vantagens em ser jovem também. Conheço muito de computador”, diz ela, “e por isso as pessoas precisam reportar-se sempre a mim".


domingo, 1 de novembro de 2009

“Comunidades” podem ser construtivas ou destrutivas. Qual é a sua?


Este texto foi escrito por Eline Kullock, fundadora do Grupo Foco, estudiosa do comportamento das gerações e especialista em Geração Y.


Fico me perguntando se o que o mundo virtual chama de “comunidades” são, de fato, comunidades. As comunidades, como eu entendo, são grupos que se ajudam, se protegem, se dão e se exigem limites, também. Têm sempre uma causa comum a todos.

Pense nas comunidades que conhecemos. O AA (Alcoólicos Anônimos) é uma comunidade? Tem um objetivo comum? Se ajuda, quando necessário? Quando alguém a ataca ele se une “contra” o atacante?

De que comunidades, baseadas neste conceito, você já participou? Da turma da escola? Mesmo que você já não faça mais parte, deixou saudades? Você a defende como se estivesse dentro, ainda, da turma? Quando você se lembra delas, com momentos tristes ou alegres, acha que marcaram você? Dá peso de saudade, peso de tristeza, leveza de passarinho?

Pois é. Aí eu queria falar das comunidades do mundo 2.0. Você faz parte de alguma comunidade do Orkut? Ela, de fato, representa alguma coisa pra você? Se você sair dela, vai fazer alguma diferença? E assim como eu disse comunidade do Orkut, pense se você faz parte de uma comunidade do Facebook? Do LinkedIn?

Será que isso é comunidade? Pra mim, isso é agrupamento. Tanto faz se você estiver lá ou não. Na verdade, a comunidade não mexe contigo e você não mexe com a comunidade.
E o que tem isso a ver com a vida? Tem tudo a ver.

Eu acho mesmo que o conceito de “croudsourcing”, do qual já falei aqui muitas vezes, elogiando o livro “O poder das multidões”, que mostra como as comunidades vão mexer com a vida da gente. O poder dos grupos na disciplina, na ordem, na pesquisa, no trabalho conjunto ou compartilhado vão acontecer mais devagar do que eu imaginava. Preciso ser menos idealista. Não são essas pseudo-comunidades que, de fato, fazem a diferença.

Algumas vezes acredito até que estas comunidades se unem por um motivo torpe, um motivo destrutivo, mas que, no dito “poder do consumidor”, da multidão, acabam fazendo um trabalho pouco profundo de análise do que está sendo discutido, vendido, exposto, do que está sendo venerado, do que está sendo pixado. E expõe em praça pública pessoas e instituições que precisariam de mais respeito.

Vou fazer uma provocação que eu sei será enorme!

A comunidade de Trainee Brasil, do Orkut, colocou uma enquete pra saber qual a pior consultoria de RH do Brasil. E muitas pessoas vão lá e votam, como se isso não representasse nada. É como se eu perguntasse: “Esse cachorro da rua é mais bonito que aquele? E aquela menina gorda, é estranha?”

O que quero dizer aqui é que, algumas vezes, os pseudo-grupos se unem e podem ser perversos, simplistas, mordazes e destrutivos.

Assim como Hitler se firmou no poder num minuto de descontrole geral, é assim que surgem os grandes erros da Humanidade.

Esse é, de fato, um grupo lutando por alguma coisa? Defendendo interesses? Definindo com as empresas como devem ser os processos seletivos? Com a profundidade e consistência pra poder avaliar alguma coisa?

Li hoje no blog “O Cappuccino” sobre o poder das mídias sociais nos produtos. Questiono muito se essas análises são consistentes ou se só caíram no gosto da piada, da vida vivida pelo momento.

Fica aqui o meu protesto. Um protesto de quem já foi difamada (pelo Sr.Pedro Ethos) sem motivo algum. E, se ele estivesse numa comunidade, seria capaz de levantar uma multidão. E que, se essa multidão, por não necessariamente ser uma comunidade, não compreender sua importância e força como grupo, poderia fazer um mal danado. Algumas vezes irreversível.
É essencial que esta geração se pergunte se está participando de comunidades, de agrupamentos inconseqüentes, e se tem noção disso.

Somos agrupamentos? Somos grupos? Qual é a diferença? Queremos estar em comunidades? Ou preferimos o anonimato dos agrupamentos? Eu levanto esta questão porque participei e participo em vários grupos que, no meu ponto de vista, fazem a diferença. Constroem. Sou da geração Baby Boomer e acho que isso era mais comum nos anos já passados.

Fica a minha provocação para a geração Y: a que comunidades vocês fazem questão de pertencer? De quais realmente pertencem e por quê? E, se você está em agrupamentos, está lá por qual motivo?

Agrupamentos e comunidades: onde realmente podemos fazer a diferença?