Com o projeto de reforma eleitoral, o Senado mostra que olha para a internet da mesma forma que olha para as mídias em geral. Quando faz isso, limita a ideia de internet como espaço público e rede mundial. Dentro da internet, é claro, há as ramificações dos grandes meios de comunicação. Porém, a impressão que os nossos legisladores transmitem ao apresentar essa proposta é que só estão olhando para esse universo das mídias tradicionais, como se a internet se resumisse a esses portais de notícias, que nem sequer são o forte da internet.
Isso evidencia que os políticos brasileiros ainda não entenderam a internet como um espaço público onde cada cidadão tem uma tribuna. Pior: não entenderam o que é ser um cidadão no século XXI. Ainda concebem a comunicação como um processo centralizado, em que a mensagem parte de um centro emissor para muitos destinatários, quando, na realidade, o forte da internet é a relação de um cidadão com outro na construção interativa do conhecimento.
Na internet, você não é receptor passivo e pode surfar numa infinidade de canais sem ficar condicionado, por exemplo, à repetição da TV. E, se o conteúdo não agrada, basta deletar. No projeto, eles não deixam claro se vão fiscalizar o posicionamento ideológico de cada cidadão. Mas, além de tecnicamente impossível, seria uma piada se o fizessem.
* Análise de um dos blogueiros deste free blog, veiculada dentro da materia "Representante do MPF no Estado classifica as proibições impostas ao uso da web como 'censura' "de Vitor Vogas do jornal A gazeta de 04 de setembro.
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