quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Não aceitar a mídia massiva criou a comunicação nas comunidades


Falar de comunicação popular não é pensar somente no substantivo mas saber conceituar o popular. É analisar, discutir e refletir como é feita essa comunicação, os meios utilizados e o que vem a ser popular no contexto histórico da comunicação.

Logo pensamos em comunicação de massa. Mas ao longo do estudo entendemos o conceito com um olhar mais aguçado.

Ao longo dos anos, a necessidade de uma comunicação independente das mídias de massa, se fez presente em meio à sociedade, isso por que grupos foram surgindo e com eles uma comunicação que atendesse os seus anseios internos, partindo da idéia de fazer sua própria comunicação. Segundo Berger (1989), este contexto redefine algumas problemáticas da comunicação.

Hoje a comunicação popular se faz presente em muitos grupos sociais. Mas afinal, que meios são utilizados para essa comunicação fluir de forma a atender uma demanda grupal? O que eles pensam da comunicação de massa?

Peruzzo (1998) afirma que inicialmente a interação do popular como a comunicação aconteceu a partir da idéia de que comunicação popular era uma função representada pela mass media.

Existem características básicas no conceito desse popular: o folclore implica o universo cultural presente nas manifestações, enquanto que o popular massivo circunscreve ao universo da indústria cultural.

Por fim o popular gira em torno dos movimentos sociais crescente na sociedade, seja uma tribo, uma organização, um grupo radical, uma associação ou sindicato. Essas comunidades passam a desenvolver uma comunicação interna voltada aos seus interesses e valores, vendo no meio a possibilidade do conhecimento.

A Comunicação Comunitária compreende processos variados porque abrange a comunicação dirigida utilizando-se até do conteúdo da comunicação de massa.

O protagonista dessa comunicação não é a mídia de massa e sim o cidadão, ou a quem ele estiver ligado que pode ser no âmbito da própria classe.

Contudo, a postura de se opor os meios populares massivos sofreu profunda revisão sob a ótica do receptor. O antagonismo inicial transformou-se em uma cultura híbrida, ou seja, o povo enxerga o que é de seus interesses, mas também gosta de entretenimento.

Para Peruzzo (1998) se os meios massivos fossem reprodutores da submissão, esse todo-poderoso conformadores de consciência, a ordem seria permanente. Mas o homem é capaz de desmembrar isso devido a sua capacidade de discussão e mudança. Diante desta visão essa ordem não é permanente.

A visão de não aceitar a mídia massiva criou a comunicação nas comunidades. O emissor não tem o monopólio da decodificação da mensagem.

A cultura não é estática, ela já foi reflexo da reprodução de valores, mas também da criação e recriação de outros, assim como da introdução de utopias. Ela teve seus valores dimensionados nos anseios dos movimentos, traduzindo uma característica destes.

A teoria da participação igual entre emissor e receptor é abstrata pois é comum no meio popular a comunicação ser produzida por poucos. Mas existem níveis de participação e isto não quer dizer que uma coisa ou outra qualifica automaticamente o exercício da democracia. A participação tem um grande significado para a comunidade.

Dentro da participação o conceito de interatividade ou o aproximar-se das mídias junto a comunidade busca derrubar o conceito abstrato. Esse conceito derruba o paradigma de estar nas mãos de poucos assumindo os meios técnicos e as formas de produção. Isso democratiza o acesso a comunidade.

Arnaldo Dias é estudante de jornalismo, autor deste blog e participa da disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória.

Fonte da imagem: http://sites.google.com/

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