domingo, 29 de novembro de 2009

O Estudo da comunicação redefiniu o conceito de popular.


Popular deixou de ser sinônimo de massa, passando a ter um novo contexto, consciência de classe.


Consciência que veio da insatisfação e das restrições à liberdade de expressão, como pode ser visto no filme “Como uma onda no ar”, de Helvécio Ratton,(2002).


O filme é baseado na história da Rádio Favela, de Belo Horizonte. Nele, é possível compreender o que leva uma sociedade a desejar um “grito de liberdade”.


A história narra a luta de quatro jovens, que vivem em uma favela e que conseguem depois de muita dificuldade, criar uma rádio pirata. O sucesso da rádio, contudo, começa a incomodar tanto alguns moradores dos bairros vizinhos quanto a própria polícia, que tenta impedir que a rádio continue a existir.


Essa nova comunicação alternativa representa a voz do povo. É o povo falando para o próprio povo, sem interferências, sem ruídos, sem manipulação da elite na informação.


Para se entender o que é comunicação popular, é preciso antes de tudo saber o que é povo.
Luiz Wanderley (1978) em “Apontamentos sobre educação popular", dá seis significados à palavra:


Em primeiro lugar, ele define povo como “aqueles que não tem recursos”.


A segunda interpretação é de massa atomizada e desorganizada.


Na terceira, ele define como “um conjunto de indivíduos iguais e com interesses comuns, que conflitam apenas por pequenas diferenças.


Na quarta concepção, Wanderley identifica como povo “aqueles que lutam contra um colonizador estrangeiro”.


Na quinta corrente, como “as classes subalternas, em oposição às dominantes.


Na sexta e última, como “um conceito dinâmico, aberto, conflitivo e, portanto, histórico, encerrando uma rica negatividade”.


Peruzzo (2004) a discussão de que a luta da comunicação popular não é ir contra a burguesia, mas em favor da população.


A comunicação popular e os meios massivos não devem contrapor entre si, mas trabalhar de forma complementar.


A mídia massiva é importante principalmente para o entretenimento e informação da população. Já a comunicação popular tem a função da dar voz ao povo.


Para Peruzzo “As críticas, em essência, apontam que, enquanto fenômenos, os dois tipos de comunicação estão midializados pela cultura e por isso não podem ser avaliados como instrumentalizadas, onipotentes, isoladas, nem opostas”.

A comunicação para ser popular precisa ser participativa, por isso, é preciso que várias pessoas participem da organização e produção do conteúdo a ser noticiado.


Mas o que normalmente acontece é de serem produzidos por poucos e estes fazerem suas próprias interpretações das necessidades da comunidade e acabar divulgando somente aquilo que acham importante, sem saber a real necessidade dos receptores em questão.


Pr isso, Peruzzo diz que nem sempre a comunicação popular é sinônimo de democracia.
Priscila Damasceno é estudante de jornalismo, autora deste blog e participa da disciplina de Comunicação Comunitária da Escola de Jornalismo da Estácio de Sá de Vitória

Nenhum comentário:

Postar um comentário